14 de agosto de 2025

Meu nome é Gal: ousadia e transgressão na moda de Gal Costa

Anna Karla Felix

Publicado em 20/10/2023 14:24

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Semana passada estreou Meu Nome é Gal nos cinemas brasileiros. Infelizmente ainda não tive tempo de assistir. Mas confesso que estou ansiosa pelo filme e – em especial – pelo figurino, meu ponto fraco.

Tom Zé, ex-namorado de Gal Costa, deu um depoimento numa série documental onde contou que a cantora sempre se vestiu de forma impactante e arrojada. Certa vez, ele relata, em meados dos anos 60, enquanto passeava no centro de São Paulo com Gal, as pessoas não paravam de olhar para a cantora que destilava usando uma calça jeans. Só depois do frisson, eles entenderam o motivo: usar calça jeans era “coisa de puta” para os conservadores da época.

Quando Gal Costa estreou na música, seu visual era modesto. Mas, aos poucos, ela foi percebendo que a moda poderia ser uma forte aliada na hora de subir ao palco. Como esquecer sua interpretação à la Janis Joplin de “Divino Maravilhoso”, no Festival da Record em 1968?

Em Londres rolava o “Swinging London” – período de efervescência cultural que ditou a moda no mundo – e aqui no Brasil, a Tropicália. Não demorou para Gal Costa perceber que a mistura da moda vanguardista de Londres com o som da música brasileira seria um sucesso. Brilhos, espelhos, texturas e tudo que possa comunicar uma estética glam foi adicionado ao seu figurino.

Logo, o cabelo curto e alisado foi substituído por um incrível black power: cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada. A verdade é que Gal não queria mais domar os cabelos, tampouco queria a imagem de moça recatada. Afinal, era anos 70 e a imagem de Gal Costa era pura revolução e transgressão.

No final da década de 70 e início da década de 80, percebemos uma artista diferente. Glamourosa, carnavalesca, colorida e acima de tudo, luxuosa. Era a época da “Gal Tropical”. Show que foi sucesso de público e crítica e deu uma guinada na carreira da cantora baiana.

Aos longo das décadas, percebemos inúmeras transformações na imagem da Gal e conseguimos fazer um paralelo com a liberação sexual e comportamental das mulheres.

Gal, enquanto esteve aqui, esbanjou sensualidade, liberdade e transgressão, não só com a voz, mas também com sua moda. Viva Gal Costa!


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