
Jonas Carvalho
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O relatório final do Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) sobre o transporte coletivo de Teresina apontou que o sistema apresenta déficit de R$ 6 milhões mensais para o custeio do serviço e a aquisição de novos ônibus proposta pela Prefeitura de Teresina não seria a solução para o problema.
Uma audiência pública, realizada nesta quarta-feira (8), reuniu representantes do Executivo Municipal, donos das empresas que operam na capital e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro).
Conforme os dados apresentados pelo TCE-PI, atualmente, o sistema arrecada cerca de R$ 8 milhões por mês. Entretanto, o valor necessário para subsidiar o serviço é estimado em R$ 14 milhões. O presidente do Tribunal, conselheiro Kennedy Barros, defendeu a assinatura de um termo de ajuste de gestão entre a Prefeitura e os entes envolvidos.
“Os aplicativos de transporte e a interligação das linhas tiraram o usuário. Caiu a bilhetagem e caiu a qualidade do serviço, consequentemente, porque tem custos. Nos locais onde o transporte coletivo funciona bem é porque tem subsídio. O Piauí e a capital do estado não vão ficar alheios a isso se quiserem um sistema de transporte coletivo eficiente. Vão ter que subsidiar”, garantiu.
A frota atual de ônibus em Teresina é composta por 270 veículos. A intenção do Município é adquirir novos automóveis para complementar o atual quantitativo, além de fazer substituições. Na avalição do presidente Kennedy Barros, a compra de novos carros não vai garantir o pleno funcionamento do serviço.
“Se você comprar os ônibus, como vai funcionar a contratação desse pessoal e o abastecimento? Se a arrecadação não supre, não serão os ônibus que vão resolver o problema. O que vai resolver é ter as linhas suficientes e para ter as linhas é preciso ter os recursos para mantê-las”, assegurou.
Ações da Prefeitura
O superintendente Bruno Pessoa, da Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans), afirmou que a Prefeitura de Teresina viabilizou o aporte de recursos para garantir a fluidez do sistema de ônibus na capital.
“Hoje, são 270 ônibus que estão circulando. A quantidade de viagens mais que dobrou, no mês de outubro chegamos a 111 mil passageiros. Agora, precisamos passar para outro momento: ofertar ônibus melhores, com ar-condicionado e acessibilidade. Isso é para que o usuário tenha mais confiança e que retorne ao sistema”, disse.
Segundo o Tribunal de Contas do Estado, novas audiências públicas deverão acontecer para dar celeridade à assinatura do termo de ajuste de gestão. O termo especificará os responsáveis pelos repasses às empresas para o custeio do serviço.
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