Pessoas estão usando “sacos plástico” ao invés da bolsa de ostomia, denuncia aposentada

Um audiência pública para tratar do assunto seria realizada nesta terça (14), mas, com a ausência do secretário de saúde Ari Ricardo, o encontro foi adiado

Rosária Sales, aposentada – Foto: TV Clube

Devido à falta de insumos na área da saúde em Teresina, pacientes ostomizados estão substituindo a bolsa de ostomia por sacos plásticos, sacolas e fraldas.

Segundo a aposentada Rosária Sales, no Piauí, os ostomizados têm enfrentado dificuldades para obter as bolsas necessárias. No seu caso, ela deveria receber cerca de 10 bolsas por semana para ter qualidade de vida, no entanto, esses equipamentos não estão sendo disponibilizados.

“A bolsa para nós é vida. Nós, os ostomizados, precisamos dessa bolsa para termos qualidade de vida. O que tem acontecido aqui no estado do Piauí é que muitas pessoas estão usando bolsa plástica, saco plástico, sacolas, fraldas”, diz.

A aposentada revela ainda que precisa recorrer ao filho, que mora no Rio de Janeiro, para ter acesso ao aparelho. “No meu caso, graças a Deus, eu ainda tenho suporte, que é o meu filho, né? Ele mora no Rio e lá ele pega umas bolsas e manda pra mim”, diz.

Conforme a estomaterapeuta Sandra Marina Gonçalves, é necessário a elaboração de políticas públicas para viabilizar o acesso à bolsa coletora, pois o seu uso é essencial para evitar danos à saúde dos pacientes. A especialista destaca que a falta da bolsa pode resultar em uma péssima qualidade de vida para os ostomizados.

Sandra Gonaçalves, estomaterapeuta – Foto: TV Clube

“As pessoas que têm colostomia de alienação intestinal precisam de bolsa coletora, que é o equipamento que recebe a urina ou fezes. Com a ausência desse equipamento, a pessoa tem uma péssima qualidade de vida, porque queima a pele, atrapalha trabalhar, atrapalha sair de casa, então assim, é muito ruim. E nós precisamos de políticas federais, estadual e municipais”, pondera.

Eliézer Soares diz que viver se tornou “complicado” com o impasse. Ele teve que reduzir e limitar sua mobilidade para evitar esforços que possam afetar seu estado de saúde.

Eliézer Soares, aposentado – Foto: TV Clube

“Devido à falta de material de insumo do Lineu Araújo, está muito complicada nossa situação. Estou praticamente impedido de sair de casa. Sem esse material, fica impossível viver com qualidade de vida, até mesmo dentro de nossa própria casa. A confiança fica abalada, passo praticamente o dia sentado, sem fazer nada e inativo”, diz.

Segundo a Fundação Municipal de Saúde, cerca de 1.500 pessoas cadastradas no Piauí utilizam uma bolsa de colostomia.

Na manhã desta terça-feira (14), uma audiência pública entre a Associação dos Ostomizados do Piauí, Ministério Público do Piauí (MP-PI), Centro de Saúde Lineu Araújo e a Fundação Municipal de Saúde, responsáveis pela compra e distribuição das bolsas de colostomia em todo o Piauí, seria realizada, porém, o secretário de saúde Ari Ricardo não compareceu ao encontro. O assunto agora será discutido no próximo dia 28.

“Praticamente não foi decidido nada. Foi marcada outra reunião para depois do dia 28, pois o doutor Ari, que é o responsável da Fundação Municipal, não compareceu à audiência”, conta Manoel Araújo, presidente da Associação dos Ostomizados do Piauí.

Monoel Araújo, presidente da Associação dos Ostomizados do Piauí – Foto: TV Clube

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