Sem utilização há três anos, os oito terminais de integração de ônibus em Teresina, estão sendo considerados atualmente como “elefantes brancos” na capital. As obras, que custaram R$ 32,9 milhões aos cofres públicos, estão sem finalidade, desde 2020, e os usuários do transporte público questionam a razão de estarem expostos ao sol e a chuva, em paradas de ônibus, quando há uma estrutura completa próxima, mas que está abandonada.

“Um dinheiro perdido [para construção do terminal]. Quando vejo essa parada, com todo mundo no sol ao invés de estar ali é uma tristeza, muita tristeza“, relatou Antônio Pereira, usuário do transporte público na capital.

“É ruim ficar assim, no meio do sol quente, desse jeito. Angustiante, ainda mais com esse tempo“, declarou o usuário Ataíde Ângelo.

Em outubro de 2022, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) anunciou que faria uma licitação para reativar os terminais, mas até o momento, não houve progresso e os espaços continuam em desuso.

O advogado Sammuel Santos, que integra a auditoria popular do transporte público piauiense, ressaltou que os terminais são um patrimônio, que devem ser preservados e utilizados pela população.

“Não é porque um sistema não deu certo em um determinado momento que você abandona uma infraestrutura necessária. O sistema de metrô, que é referência, ele não tem uma estação, um mínimo conforto? Pois o de ônibus também precisa ter. É um direito nosso e é essencial”, explicou.

Procurada, a Strans informou que ainda não tem data de retorno para o funcionamento. Segundo o órgão, para que os espaços voltem a operar seria necessária uma frota mínima de 400 veículos em horário de pico, o que não existe atualmente.

Ainda conforme a superintendência, para aumentar a frota, está sendo viabilizada a aquisição de veículos seminovos para as empresas operarem, mas, no momento, o TCE determinou que a compra seja suspensa até que uma autorização para o negócio, que continua sob análise, seja concedida.