Mesmo com os avanços da medicina contemporânea, as contaminações pelo vírus HIV continuam sendo recorrentes e, para as pessoas soropositivas, a informação é a principal arma para continuar vivendo pós-diagnóstico. No Piauí, por exemplo, foram registrados cerca de 3.279 casos de Aids em adultos entre o período de 2015 a 2023.
Conforme os dados epidemiológicos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), “desse total, 49% eram pessoas com 20 a 34 anos e 74% homens”.
O professor de dança, Rogério Alves, conta que tomou um susto ao receber o diagnóstico que havia sido infectado, pois, para ele, sua saúde está em perfeito estado.
“Quando recebi o resultado no CTA, a minha cabeça deu uma volta. ‘Tem alguma coisa errada’. A pessoa parece que tem uma visão de que não era pra ter acontecido comigo, pode acontecer no jardim do meu vizinho, mas no meu jardim não pode. O médico olhou pra mim e perguntou: ‘você está bem?’. Eu respondi: – ‘estou perfeito’. Mas, na verdade, a gente diz que estar perfeito, mas o ser, por dentro é outro”, inicia.
Já a assistente social, Lysmara Pinheiro, afirma que uma das suas maiores preocupações era se conseguiria construir uma “família”, pois a vida após o diagnostica tende a ser marcada pelo “preconceito e a discriminação”.
“Me preocupei muito como seria a minha vida. ‘Eu vou ter família?’, ‘eu vou ter filho?’. Hoje, eu convivo e vivo com um marido sorodiscordante, meu marido não tem HIV, e a gente consegue viver bem. Filhos foi uma opção não tê-los, mas eu poderia ter. As pessoas sofrem não só fisicamente, mas psicologicamente por causa do preconceito e da discriminação”, discorre.
O artista relata que a informação foi a luz para que ele pudesse ter qualidade de vida. “Quando você passa a pesquisar sobre o seu problema, que você procura buscar, que vai atrás de informações e faz todos os seus procedimentos; dá para você, perfeitamente bem, viver a sua vida, como você sempre viveu”, pondera.
Alves defende ainda que o conhecimento acerca da enfermidade seja reforçado durante todo o ano.
“Nós precisamos das informações, precisamos que as pessoas estejam informadas, nós precisamos que as pessoas fiquem sabendo aonde elas irem, aonde procurar a medicina, aonde procura ajuda”, diz.
Formas de prevenção
Norma Salmito, médica infectologista, reforça que a ausência do uso do preservativo durante as relações sexuais permanece sendo uma das principais formas contração do vírus.
“A gente deve se preocupar porque ainda há muitos casos, existe uma epidemia que não acabou e todos os dias a gente percebe que existem pessoas cada vez mais jovens se contaminando com o HIV, seria por falta de proteção, principalmente durante as relações sexuais”, explica.
Conforme a especialista, hoje, a sociedade tem à disposição, além do preservativo, o uso de medicação em casos de exposição.
“Existe a profilaxia pré-exposição, que é uma medicação que a pessoa toma antes de se expor ao HIV. É um medicamento que pode ser tomado de duas formas: um medicamento que você toma todo dia ou apenas no dia em que você vai ter a relação”, afirma.
A infectologista discorre também que “existe a profilaxia pós-exposição, que é quando o evento já aconteceu”. Os medicamentos devem ser tomados diante da recomendação médica.
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