
O influenciador Itallo Bruno realizou uma deleção premiada e colaborou com a investigação policial da Operação Jogo Sujo, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, no dia 11 de janeiro de 2024. Ele poderá voltar a fazer rifa online, caso realize as apostas dentro da lei.
Ele foi preso suspeito de exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Itallo foi solto, na segunda-feira (22), após a colaboração. Outros investigados também assinaram o acordo de delação.
A Polícia Civil do Piauí explicou, durante coletiva de imprensa, nesta terça-feira (23), que o investigado fez uso de uma técnica de investigação criminal, denominada “colaboração premiada”, na qual confessou e prestou esclarecimentos sobre as rifas ilegais realizadas pelas redes sociais.
No acordo com a Polícia Civil do Piauí, itallo renunciou ao patrimônio adquirido por meio da prática de contravenção penal do jogo do azar, em favor do Estado.
Os bens de Itallo serão colocados à venda em um leilão e os valores arrecadados serão destinados a ações beneficentes no estado.
FACÇÕES CRIMINOSAS
Segundo o delegado Humberto Mácola, da Delegacia de repressão e combate aos crimes de informática (DRCI), foi comprovado que Itallo não possui vínculo com facções criminosas.
Essa suspeita foi, anteriormente, apontada pela própria polícia ao identificar transações bancárias – relativo à compra de um veículo – com uma pessoa faccionada.
Parte do dinheiro adquirido ilegalmente por meio dos jogos de azar será doado ao Estado, que será destinada às ações sociais.
REDES SOCIAIS
Em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (23), na Secretária de Segurança Pública (SSP-PI), o advogado de Itallo Bruno, Lucas Villa, informou que as redes sociais do cliente, que estão bloqueadas pela Justiça, serão liberadas. Itallo poderá voltar a realizar as rifas online. No entanto, para isso, toda a empresa e as rifas deverão ser regularizadas.
“Por meio do acordo celebrado, o Itallo Bruno, seus familiares e o Vinicius, colaboraram com as investigações e, em contrapartida, receberam alguns benefícios. Por exemplo, eles não irão mais responder a uma ação penal. O Itallo vai poder voltar com suas redes sociais, será restituído todos os seus seguidores, com a autorização para que ele retorne a fazer suas rifas”, disse o advogado.
A Polícia Civil do Piauí também confirmou que Itallo renunciou o patrimônio adquirido ilegalmente em favor do Estado. O delegado Humberto Mácola informou que Itallo “reconheceu os crimes cometidos de lavagem de dinheiro, a organização criminosa e o jogo de azar. Deu elementos novos, abriu um leque, um horizonte para as investigações”.
“Nós não iremos pormenorizar este instrumento, porque ele é objeto de segredo de justiça, mas nós adiantamos esses aspectos, declarando que os bens, que o investigado abriu mão, serão investidos para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí”, acrescentou o delegado.
NÃO É FACCIONADO
A hipótese inicial seria da relação do digital influencer com membros de facções criminosas, mas as investigações e a colaboração premiada apontaram que Itallo Bruno não possui ligação.
“Não havia, nos sorteios que ele promovia, nada de facção criminosa. Itallo não tem relação qualquer com esse tipo de prática. Claro que isso causa uma estranheza, uma movimentação financeira tão grande advinda de sorteios no Instagram. Nós fornecemos à polícia as senhas e os relatórios no aplicativo que o Itallo utilizava para administrar suas rifas. Foi possível perceber que os valores eram provenientes dos jogos de azar”, destacou o advogado Lucas Villa.
JOGO DE AZAR
O delegado Humberto Mácola ressalta que a operação investiga o crime de jogo de azar, prática ilegal e irregular no Brasil. “A Polícia Civil tem o dever de avançar em investigar e apurar os fatos”.
“A investigação foi brilhante. Houve avanços, este instrumento de colaboração premiada garantirá o avanço da investigação. A investigação, em momento nenhum, pode parar. Se houver mais elementos, mais indícios de crimes ou de ilícitos, ela irá avançar”.
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