
O promotor de Justiça, Eny Pontes, afirmou que a atual situação da saúde pública de Teresina (PI) foi agravada pela má gestão de recursos. O Conselho Regional de Medicina (CRM) instaurou um procedimento administrativo após a morte de dois pacientes no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), na última semana.
Nesta sexta-feira (15), a 29ª Promotoria de Justiça de Teresina realizou uma audiência pública – na sede do Ministério Público do Piauí (MPPI) – para discutir o assunto. Participaram da reunião representantes do Sindicato dos Médicos (SIMEPI), o Sindicato dos Farmacêuticos (SINFARPI), membros da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e profissionais da área.
Segundo Eny Pontes, foi debatida a prestação de serviços, estrutura física, falta de materiais, medicamentos e insumos na saúde de Teresina.
“O que a gente quer é a solução, que a gestão tire desse momento algumas necessidades e inclua no seu plano de gestão. Tudo que vem a construir, somar, está havendo. Se está chegando remessas de medicamento, precisamos monitorar, acompanhar, para que não haja mais falta de medicamentos na rede”, disse.
Prognóstico
O promotor Eny Pontes também cobrou maior participação dos Governos Estadual e Federal para o financiamento da saúde de Teresina. A gestão dos recursos, segundo Eny Pontes, acentuou o desabastecimento na capital.
“Na minha conclusão, como promotor da Saúde, essa crise decorre muito da parte financeira. Ou seja, faltou dinheiro para pagamento de fornecedores. Qual o fornecedor ou empresa privada que vai continuar fornecendo sem receber o que é devido? Consequentemente, falta o medicamento para a saúde. A principal causa para tudo isso foi falta de dinheiro, de recursos, para pagamento”, afirmou.

Morte no HUT
O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Ítalo Costa, afirmou que o Hospital de Urgência de Teresina abriu uma sindicância para apurar as causas que motivaram a morte dos pacientes e antecipou que situação não foi motivada por falta de medicamentos.
“Nós não podemos relacionar nexos de causalidade do óbito do paciente com a falta de medicamentos, porque há uma sindicância aberta para a investigação e apuração das responsabilidades do que houve. Mas, provavelmente, decorreu do curso natural da doença”, pontuou.
Abastecimento
Quanto às denúncias de falta de insumos e medicamentos, Ítalo Costa negou a situação e disse que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e os hospitais da rede pública são, cotidianamente, abastecidos.
“Hoje, todas as deficiências estão com ações, em grande parte, resolvidas. Outras já estão em andamento e nós já temos o planejamento de organização financeira em andamento para que a gente consiga retroalimentar os recursos dentro da Fundação”, garantiu.
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