Malu Barreto e Andressa Lopes
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A mãe do menino de 8 anos, vítima de estupro, contou que o suspeito de abusar sexualmente do filho, beijou sua cabeça, antes de cometer o crime. “Ele é uma pessoa conhecida, meu filho o conhece, todo mundo conhece ele. Passou por mim, beijou minha cabeça e me deu bom dia. Eu jamais ia pensar que isso poderia ter acontecido”, desabafou.

O caso ocorreu no sábado (6), em Timon. A mulher, que é manicure, relatou que estava atendendo a domicílio, quando o filho pediu para ir ao banheiro, como era um local conhecido, ele permitiu que ele fosse sozinho, na saída do banheiro, o garoto teria sido abordado pelo suspeito que é professor e assessor político. Quando o menino retornou disse para a mãe que queria ir embora.

“Achei estranho, ele estava diferente, ficou retraído, mas não disse nada. Quando chegamos em casa, ele foi ao banheiro fazer xixi e não conseguiu, pois estava com dores, então ele chamou o pai, que perguntou o tinha acontecido e ele contou. Quando meu esposo me falou, eu desabei”.

A mãe, o pai e a criança foram até à delegacia e fizeram a denúncia. O menino foi submetido a exames que comprovaram o estupro. Dois dias após o crime, a criança, que é autista, está sem se alimentar e a mãe conta que o menino não quer beber água, com medo de fazer xixi.

“Tá muito difícil. Ontem passamos no local e ele contou, que o professor prendeu ele na parede, segurou a mãozinha dele, segurou a boca dele, mandou ele calar a boca, não contar para ninguém e aí ele cometeu o abuso. Baixou a roupinha dele e fez o que quis”, contou a mãe.

O homem, Milton Pereira da Silva, foi preso em flagrante ainda no sábado (6) e teve a prisão preventiva decretada.

O delegado Cláudio Mendes contou que assim que recebeu a família na delegacia e que ouviu o relato da mãe, o menino foi levado para o médico legista, que fez um trabalho bastante minucioso.

“A bermuda da vítima estava suja de sangue, havia uma lesão no pênis. O médico fez uma coleta biológica, fotografias do local onde estava o sangue e constatou o abuso sexual, diante da materialidade do crime, fui até a residência do professor Milton, no Parque Piauí, e dei a voz de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. Ele confessou o crime e disse que estava embriagado”.

Milton Pereira foi encaminhado para o presídio e nesta segunda-feira (8), em audiência de custódia, o juiz determinou a prisão preventiva.

“É um alívio para a sociedade, pois um individuo como esse, não dá para conviver com outras pessoas. Há outras histórias sobre ele, mas sem denúncias, pois as pessoas tinham medo, por ele ter envolvimento com política, os pais achavam que não iam dar em nada, agora a gente pede que outras vítimas denunciem, para que ele responda pelos seus crimes”, finalizou o delegado.

A mãe da criança desabafou sobre o momento difícil e pediu justiça pelo filho. “É uma situação que nunca imaginamos passar. A gente está sem palavras, estamos destruídos, estamos tentando ser forte, mas está muito difícil. O que esse monstro fez com meu filho, não tenho palavras. Eu quero justiça! Do jeito que ele fez isso com meu filho, ele pode fazer com outra criança. É um monstro, é um lixo, a gente não pode chamá-lo de ser humano. Quero que ele pague pelo que ele fez”.