Cerca de 100 estudantes do Instituto Federal do Piauí(IFPI), participaram nesta terça-feira(09), de um ato público na praça da Instituição, para revogar o fim do Novo Ensino Médio(NEM). Segundo Leandro Fontenele, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), os alunos acreditam que o NEM é um projeto de desmonte da educação pública do Brasil, pois retira disciplinas que são importantes para a formação do cidadão.
Em entrevista ao Portal Clubenews, Leandro, que é estudante de biologia, contou que considera o NEM uma reforma que precariza a educação pública brasileira, e contribui para elevação dos padrões de desigualdade social.
“Ao passar por uma experiência no novo ensino médio no ano passado percebi o esvaziamento do currículo de biologia e o desinteresse dos estudantes diante dos itinerários formativos” relatou o jovem.
Além da revogação do NEM, os estudantes também enfatizaram no protesto, os cortes no orçamento do IFPI, que tem prejudicado a comunidade acadêmica, e apoiaram a greve dos docentes, que está deflagrada, e deve iniciar no dia 15 de abril.
Leandro contou que as bolsas de monitoria e os auxílios permanência do IFPI estão atrasados desde fevereiro desse ano, e que os setores de pesquisa e extensão também estão sofrendo com a defasagem.
“As representações estudantis apoiam a greve, pois sabemos que as pautas dos professores se alinham as pautas dos estudante. O movimento estudantil tem grande importância na construção de uma educação pública, laica e de qualidade, e que somente com a participação dos estudantes e da sociedade é possível colaborar com um debate democrático” finalizou o estudante.
A assessoria do IFPI informou ao Portal ClubeNews, que a Instituição planeja, desenvolve e executa as atividades, a partir da política estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC).
“Há um movimento do Conselho Nacional de Reitores dos Institutos Federais para haver uma ampliação do orçamento, seja para custeio como também para investimento” frisou.
Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio é uma política governamental educacional brasileira instituída pela lei federal 13 415 de 2017, a partir da conversão da medida provisória 746 de 2016 em lei federal ordinária. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 20 de abril de 2024, mas ainda precisará ser votada pelo Senado, que poderão fazer alterações no texto. Ainda não há data marcada para essa etapa.
A proposta aprovada estabelece uma carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral básica (somados os três anos) e 1.800 para a formação técnica, de forma escalonada.
O Novo Ensino Médio estabelece um aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e um “encolhimento” da parte optativado currículo; além de uma definição mais específica do que pode ser ofertado como “itinerário formativo”(aquelas disciplinas que o aluno escolhe cursar); e uma flexibilidade maior nos cursos técnicos, para que, somente no caso deles, as disciplinas eletivas possam ocupar uma fatia maior da carga horária.
O projeto aprovado é uma alternativa à reforma do ensino médio estabelecida em 2017, que previa 1,8 mil horas para a formação básica, com 1,2 mil para os itinerários formativos, que são as disciplinas que o aluno escolhe para se aprofundar a partir do que lhe é ofertado. O governo atual enviou uma nova proposta ao Parlamento, estabelecendo a formação básica mínima de 2,4 mil horas.
O substitutivo aprovado mantém como opcional a oferta da língua espanhola. Também mantém a possibilidade de contratar profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas do itinerário técnico profissionalizante.
Os itinerários formativos terão carga mínima de 600 horas e serão compostos pelo aprofundamento das áreas de conhecimento, consideradas as seguintes ênfases: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional.
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