Mais de 250 mil consumidores ficaram sem energia no Piauí, em 2024, devido aos furtos de cabos de energia, conforme a empresa Equatorial Energia Piauí.

Um vídeo feito por moradores (veja acima) mostra que, depois do furto, um casal passa a enrolar os cabos. Mesmo sendo filmados, eles não se intimidam e fogem levando a fiação.

Este tipo de crime se tornou comum por todo o estado. A Keilene Maia conta que toda semana falta energia elétrica na região do bairro Piçarreira I. Ela é empreendedora e vende lanches na praça João Dantas Neto.

“A Piçarreira está lotada de vândalos. À noite eles vêm, levam os postes, a fiação, o que conseguirem. Meu trailer foi arrebentado mais de três vezes. Moro próximo e consigo escutar as pancadas. Tinha um poste bem próximo que a gente colocava uma banca com comida, e simplesmente no outro dia tava o lugar mais limpo”, explica a vendedora.

O executivo de Estudos Operacionais na Equatorial, Abraão Galeno, explica que a situação é mais grave no litoral devido ao uso de fios de cobre.

“Cidades como Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia têm maior quantidade de ocorrências de cabos furtados. Teresina também, como a região metropolitana, mas existe uma diferença maior na rede do litoral. Nosso consumidor é afetado, entre em contato conosco e, quando equipe se desloca até o local, percebe que não existe mais a rede”, conta.

Os criminosos visam o cobre, metal utilizado na fabricação dos cabos e fios. “Esse material é vendido em sucatas e ferros velhos com um valor ainda mais elevado. E uma vez que esse material passa adiante, ele vai ser utilizado, por exemplo, em novos equipamentos”, explica Marcos Lira, diretor do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

“Precisamos, sobretudo, reforçar a fiscalização e o monitoramento deste material que tem atraído cada vez mais pessoas para furtar este produto”, conclui o diretor.