
Um motorista de aplicativo, de 30 anos, foi preso suspeito de manter a namorada como refém em um motel, localizado no bairro Macaúba, zona Sul de Teresina, e realizar uma “sessão de tortura”, com espancamento por cerca de 6 horas. O caso aconteceu no último sábado (11/05), mas a Polícia Civil só foi procurada na segunda-feira (13/05) pelos familiares da vítima.
A delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nathália Figueiredo, informou que a vítima foi a um aniversário com o namorado, na sexta-feira (10/05), onde se desentenderam. A mulher saiu sozinha da festa e foi para um posto de combustíveis, onde continuou bebendo até receber a ligação do suspeito informando que estava com o filho dela.
Conforme a Polícia Civil, a vítima se sentiu ameaçada tendo em vista que ele costumava ficar muito violento quando consumia bebida alcoólica. Então, ela voltou para casa com receio de acontecer alguma coisa com o filho. Ao chegar, o namorado já esperava a mulher na porta do condomínio.
“Antes de entrar no veículo, ele já a golpeou com um soco. Isso a gente viu nas imagens da câmera. Depois, ele toma a direção do veículo e sai com a vítima. A gente acredita que dentro do veículo, foi dado continuidade as agressões, com murros e cotoveladas. Eles foram para um motel onde ele realizou as agressões físicas por cerca de 6 horas. A vítima ficou desfigurada”, explicou a delegada.

Funcionários ouviram os gritos da vítima
A delegada explica que mesmo com os gritos da mulher, que chamou atenção de funcionários e clientes do estabelecimento, ninguém acionou a Polícia Militar. Após as agressões, o autor do crime ligou para um familiar da vítima pedindo que fosse ao motel pagar a conta, já que ele estava sem dinheiro e a vítima não conseguia ter acesso ao aplicativo do banco.
“A gente entende que ela não conseguia o acesso por estar com o rosto desfigurado pelas agressões sofridas. Quando o parente chegou, o autor do crime afirmou que ela tinha sido agredida no posto. Então, o familiar questionou ‘vamos levar para o hospital, porque ela não tem condições de ficar aqui. Porque você não a levou ao hospital?’ e ele não soube explicar”, contou a delegada.
Após ser encaminhada para atendimento médico, funcionários do hospital e familiares acionaram a Polícia Militar do Piauí (PM-PI). Entretanto, o suspeito não foi conduzido para Delegacia de Polícia Civil.
“Familiares relataram que a PM não realizou a condução do suspeito, já que a vítima não tinha condições de falar e realizar a denúncia. Por duas oportunidades, ele poderia ter sido preso em flagrante. No motel, com a omissão dos funcionários por não acionar a polícia. E no hospital, pela PM”, disse a Nathália Figueiredo
Corregedoria deve investigar conduta de PMs
A delegada do Núcleo de Feminicídio explica que, caso a versão dos familiares se confirme, a conduta dos policiais militares que fizeram o atendimento precisa ser apurado pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Piauí.
“Essa justificativa que a vítima não estava em condições de falar foi o que os familiares nos trouxeram. E isso tem que realmente ser apurado pela corregedoria. Nós vamos dar seguimento nas investigações até porque o réu é preso, então nós temos 10 dias para fecha o caso. Mas ao final, vai ser remetido qual o peso da corregedoria para apurar”, explicou a delegada.
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