Agentes de endemia encontraram 26 focos do mosquito da dengue (Aedes aegypti), em uma horta comunitária, na zona Norte de Teresina. A vistoria ocorreu na quarta-feira (29) e as amostras foram encaminhadas ao laboratório da Gerência de Zoonoses.
O supervisor Gilson Carlos explica que o local tem muitas manilhas, mas alguns focos foram encontrados em utensílios, que provavelmente foram deixados para trás.
“Além das manilhas que existem nas hortas, existem vários tipos de criadouros, que o permissionário leva. Esse (foco) foi uma garrafa, que ele pode ter levado e esquecido”, diz.
Os moradores da região reclamam dos lixões em potencial na região. Os lixos domésticos se misturam com resíduos vegetais e materiais de construção.
Para a dona de casa Áurea Maria, falta limpeza pública na região, o que pode ocasionar a infecção e óbitos. “A dengue mata. Ela já levou tanta gente para o buraco, porque falta limpeza também, tudo isso influencia, tem que limpar”, diz.
Em 2024, o Piauí já registrou 11 óbitos, sendo dois deles em Teresina. A médica infectologista, Norma Salmito, explica que a doença tem períodos mais brandos, com menos ocorrência, mas este ano há um agravante: um outro tipo de vírus, a dengue tipo II.
“Temos hoje, em 2024, a circulação de um tipo de vírus, a dengue tipo II. Então, quanto maior a circulação de vírus, a gente tem a chance de a população que não tinha se infectado com esse tipo de vírus especifico, se infectar pela segunda, terceira vez, e produzir formas mais graves”, pondera.
O combate contra o mosquito não é uma tarefa complicada, mas requer o apoio de agentes de saúde junto à população. A questão está na conscientização de cada indivíduo.
Shirley Rodrigues, supervisora de endemias, afirma que um pequeno descuido pode provocar a infecção e a perda de vidas. “Qualquer pouquinho d’água que tiver, em qualquer depósito, pode se tornar um criadouro. Assim vai aumentando até acumular muito lixo. Se uma tampinha, dá para contaminar um quarteirão inteiro, imagine vários depósitos”, destaca.
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