Caso Silvana: adolescente confessa que esquartejou e enterrou corpo de jovem

O corpo da vítima estava separado em sacos e foi encontrado no dia 26 de junho de 2024. 

Silva foi enforcada e esquartejada (Foto: Andressa Lopes e arquivo pessoal, respectivamente)

Carlienne Carpaso e Andressa Lopes
carliene@tvclube.com.br

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) confirmou a participação de um adolescente no assassinato da jovem Silvana Rodrigues de Sousa, encontrada esquartejada e enterrada na zona sudeste de Teresina (PI). O corpo da vítima estava separado em sacos e foi encontrado no dia 26 de junho de 2024.

O delegado Bruno Ursulino, do DHPP, relatou que o adolescente ainda não foi apreendido, mas prestou depoimento nesta quarta-feira (24) e confessou a participação, inclusive apontando a pá usada para cavar a cova onde enterrou o corpo na região na Vila da Guia.

“Um menor foi intimado para que ele pudesse ser ouvido. Ele de fato confirma que está envolvido ativamente, que providenciou como a mulher morta foi levada ao local onde estava escondida. (Ele) afirma para nós que cavou o buraco e reconhece uma pá usada. E afirma ativamente dizendo como foi a parte dele no esquartejamento”, disse o delegado.

Os mandantes do crime – já presos – acreditavam que Silvana estaria repassando informações da Vila da Guia para uma facção rival. A vítima não teria envolvimento com facções, mas chegou a se relacionar com algumas pessoas faccionadas. Mais detalhes abaixo.

MAIS UMA PRISÃO

Nesta quarta-feira (24), o DHPP também prendeu mais uma pessoa suspeita de participar do crime. Um homem identificado apenas como Márcio foi levado ao departamento porque teria indicado o local onde o assassinato iria acontecer: uma casa abandonada que era usada como ponto de uso de drogas na Vila da Guia, região onde os suspeitos moram. Silvana também morava na mesma vila.

“O Márcio se encontrava na casa dele. Ele mora na mesma região em que a Silvana foi encontrada morta e faz parte da facção que predomina na região. O Márcio foi procurado pela Maria Clara (apontada como a mandante do crime) a fim de que ele apontasse o local do ‘tribunal do crime’. Ele afirma que não se envolveu para além disso; a gente vai avançar nas investigações para saber se este relato dele é verídico ou não”.

PRISÕES 

A suspeita de ser a mandante e uma das executadores do assassinato da Silvana Rodrigues de Sousa foi presa no dia 8 de julho de 2024. Maria Clara Sousa foi presa em cumprimento de mandado em uma casa na Vila da Guia, zona Sudeste de Teresina, que fica próxima do local onde o crime aconteceu.

No dia 9 de julho, um homem identificado como Josenilton também foi preso suspeito de mandar matar a vítima. Além dele, uma mulher responsável pelo imóvel onde o crime aconteceu, Maria de Fátima, também foi presa.  Sobre a mulher, não há detalhes da participação. A casa era abandonada e usada como ponto de consumo de drogas.

Maria Clara (à esquerda) e Silvana Silva (à direita) – Foto: arquivo pessoal

O CRIME E A MOTIVAÇÃO

As investigações do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) apontaram que a Silvava morava em uma região próximo à Vila da Guia e constantemente frequentava locais onde se vendiam entorpecentes. A vítima não era membro de uma facção, mas passou a se relacionar com uma pessoa de uma facção rival dos suspeitos do homicídio.

“Ocorre que, por um instante, ela começa a se relacionar com um rapaz da Zona Norte, onde se atua uma facção rival. Diante desse relacionamento, as pessoas envolvidas no crime na Vila da Guia começaram a desconfiar que ela estava servindo como ‘olheira’ do grupo rival, apontando as fragilidades da região”, explicou o delegado Bruno Ursulino, que comanda a investigação.

Durante o “tribunal do crime”, os mandantes e executores conseguiram a confissão de Silvana sobre se envolver com uma pessoa da facção rival, mas não que repassava informações da região da Vila da Guia.

“Nessa desconfiança, armaram toda a atrocidade contra a Silvana, onde a Maria Clara inventou que teria um programa para ela fazer e a atraiu, no domingo, para dentro da casa (onde o crime aconteceu). Eles conseguiram a confissão da Silvana de que se envolvia com uma pessoa, não a confissão de que estava passando informações, diz o delegado.

QUEM ERA A SILVANA

Silvana Rodrigues de Sousa morava com familiares e era conhecida por passar muitos dias “desaparecida”. A vítima era dependente química e chegou a ficar internada algumas vezes em um centro de acolhimento feminino, no bairro Saci, onde era assistida socialmente.

CRONOLOGIA DO CRIME

Silvana Rodrigues foi vista pela última vez no dia 23 de junho de 2024, possível dia em que foi morta. No dia 24 de junho, o delegado Bruno Ursulino chegou a fazer buscas em uma região de matagal na Vila da Guia, zona Sudeste de Teresina, mas não localizou o corpo.

Na terça-feira (25), as equipes do DHPP voltaram ao local e, com ajuda de cães farejadores do Corpo de Bombeiros do Ceará, encontraram o corpo esquartejado dividido em sacos em uma cova de aproximadamente um metro de profundidade.

Conforme o delegado, “após o enforcamento, esquartejaram ela. Depois eles separaram em dois volumes, cabeça em um saco, tronco em outro. Eles enterram próximo à região da draga, de matagal. Com a intenção da polícia não achar”.

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