O Centro de Teresina recebeu uma trilha sonora especial durante a realização da 16ª Procissão das Sanfonas, o evento ocorreu na tarde desta sexta-feira (2). Em 2024, o cortejo relembrou os 35 anos de morte de Luiz Gonzaga, 180 anos de nascimento de Padre Cícero e 90 anos do nascimento do músico maranhense João do Vale.
Vindo de Angical do Piauí, o sanfoneiro Bonifácio dos Santos, com 86 anos, diz que participa da procissão desde o primeiro ano. Empolgado com o cortejo, ele, que aprender a tocar sanfona aos 12 anos, afirma que Luiz Gonzaga é uma figura importante da música nordestina e que todo mundo devia aprender a tocar sanfona.
“Hoje é dia de festa e eu quero que todo mundo aqui, esteja feliz, como eu estou”.
A procissão iniciou-se na Catedral de Nossa Senhora das Dores, na Praça Conselheiro Saraiva, com a benção das sanfonas, realizada pelo padre Antônio Cruz, em seguida, o cortejo de sanfoneiros seguiu pelas ruas do centro até o Museu do Piauí – Casa Odilon Nunes.
“Hoje é dia de homenagear a toda uma tradição nordestina, da cultura, da fé, de brasilidade. Eu não sei dançar, eu não sei cantar, mas quando eu escuto e quando eu vejo o povo dançar, eu me identifico como nordestino, como piauiense, fazendo parte dessa nossa, raiz. Participo de todas as edições, desde a primeira”, disse o padre Antônio da Cruz.
Antônia Karoline tem dez anos, já toca sanfona e aprendeu a gostar com pai. “É muito legal saber tocar sanfona. Eu comecei a ouvir as músicas do Luiz Gonzaga e depois passei a tocar, aprendi porque meu pai gostava.” A mãe, Marileide Pereira, ressalta a satisfação em ver o amor da filha pelo instrumento. “Desde os três anos ela começava a tocar as primeiras músicas sozinha. Agora colocamos ela nas aulas para aprender mais sobre a sanfona”.
Promovida pela Colônia Gonzaguiana do Piauí, a Procissão conta com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio do Museu do Piauí, e apoio da Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC).
“Chegamos a 16º edição das Sanfonas, que começou acanhada e hoje estamos vendo aqui, a Igreja lotada, a procissão cada vez mais se solidificando, uma das maiores manifestações da boa música e de Luiz Gonzaga e do seu legado”, disse o professor Wilson Seraine, idealizador do evento.
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