O prefeito de Cajueiro da Praia (PI), Felipe Ribeiro, é apontado pelo Ministério Público (MP-PI), como líder de um esquema criminoso de lavagem de dinheiro que deveria ser investido em iluminação pública.
Na manhã desta terça-feira (6), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a 2ª Fase da “Operação Volt”, que cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Parnaíba (PI), Luís Correia (PI) e Cajueiro da Praia.
O coordenador do Gaeco, promotor Claudio Soeiro, explicou que o prefeito “é apontado como a liderança desse esquema porque boa parte dos recursos voltavam para ele por meio de empresas ligadas a familiares ou por meio de servidores. Depois chegavam até o núcleo da família dele no dinheiro”.
Caso em Luís Correia
No começo do ano, em fevereiro, o ex-secretário municipal de finanças de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito, filho da prefeita do município, Maria das Dores Fontenele Brito, mais conhecida como Maninha Fontenele, foi alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O promotor Claudio Soeiro informou que os dois casos tem ligação, uma vez que a empresa contratada para prestar o serviço de iluminação pública é a mesma nas prefeituras de Luís Correia e Cajueiro da Praia.
“O ponto em comum das duas é a empresa contratada e o serviço que ela prestava. Conceito Engenharia, prestava o serviço de iluminação pública. Através dos pagamentos desse contrato, parte do dinheiro público que era usado para o pagamento voltava para o gestor. Em Luís Correia, voltava para o filho da prefeita e agora em Cajueiro, era para o prefeito e a família”, detalhou.
O QUE DIZ A DEFESA
A Prefeitura de Cajueiro da Praia informou por meio de nota que “não possui vínculo com a empresa de iluminação pública alvo da busca e operação desde janeiro de 2024”.
“Esclarece que os autos do caso ainda não foram disponibilizados, não havendo qualquer denúncia formalizada contra o atual gestor do Município, sendo prematura qualquer afirmação, principalmente por parte de quem tem o dever de acusar”.
VEJA NOTA NA ÍNTEGRA – CAJUEIRO DA PRAIA
A Prefeitura de Cajueiro da Praia vem informar que não possui vínculo com a empresa de iluminação pública alvo da busca e operação desde janeiro de 2024. Desde fevereiro de 2024, prestou todas as informações ao Tribunal de Contas do Estado a respeito desta relação contratual, reafirmando seu compromisso com as boas práticas da administração pública, sendo que continuará colaborando com o órgãos de controle a respeito do caso, estando à disposição para cooperar integralmente com as investigações.
Esclarece que os autos do caso ainda não foram disponibilizados, não havendo qualquer denúncia formalizada contra o atual gestor do Município, sendo prematura qualquer afirmação, principalmente por parte de quem tem o dever de acusar, sobre um caso que está em fase de investigação e que trata de situações ocorridas há muito tempo, sem que haja conhecimento de nenhuma prova concreta de qualquer ilegalidade, sendo incomum a demora dos órgãos responsáveis para agir, a respeito de uma situação de 2022, escolhendo este momento prévio às eleições municipais para a realização da operação, de forma que prestará maiores informações sobre o caso após a disponibilização dos autos.
Por fim, informa ter havido diversas ilegalidades perpetradas pelas autoridades responsáveis pelos procedimentos executados nesta data e que todos serão levados às instâncias devidas.
SOBRE LUÍS CORREIA
A procuradoria do município de Luís Correia informou à TV Clube que “não houve qualquer ato imposto pela Justiça com relação ao Sr. Pedro Junio. O mesmo não faz mais parte da gestão, desde o dia da operação e está dedicado a sua defesa já tendo apresentado seus argumentos e negado todas as imputações feitas pelo Ministério Público, tendo fé que tudo será esclarecido, ressalta que confia na justiça e que tem certeza da sua absolvição”.
