O governador Rafael Fonteles (PT-PI) não deve alterar o comando da Secretaria de Cultura (Secult) nos próximos dias e, assim, manter a advogada, Ingrid Pereira da Silva, que exerce a função de forma interina desde o dia 5 de setembro.

A troca no comando da pasta aconteceu mediante o pedido de exoneração do então secretário Carlos Anchieta, motivado pelo resultado da operação desencadeada pela Polícia Federal para investigar desvios de recursos da Lei Aldir Blanc, gerenciados pela Secult.

“É a doutora Ingrid que está como secretária. Obviamente, colocamos ela de maneira interina, mas ela conjuga todas as habilidades e prerrogativas necessárias para exercer bem o cargo de secretária de Cultura do Estado do Piauí”, declarou Rafael Fonteles em entrevista ao Portal ClubeNews, nesta terça-feira (10).

Em nota publicada nas redes sociais, Carlos Anchieta disse que a saída visa “garantir a transparência, a lisura, a fluência e a independência das investigações”. Anchieta assegurou que estar à disposição para “colaborar, de maneira irrestrita e incondicional, para que tudo seja devidamente esclarecido”.

Operação Front Stage

A Polícia Federal do Piauí cumpriu, no dia 29 de agosto de 2024, seis mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina e Floriano, durante a operação Front Stage, visando combater crimes contra a Administração Pública e lavagem de dinheiro.

A ação constatou irregularidades associadas ao favorecimento de pessoas jurídicas em editais culturais realizados em 2020 pela Secretaria de Cultura do Estado do Piauí, financiados pela Lei Aldir Blanc.

As investigações tiveram início após uma denúncia que levou à identificação de vínculos e transações financeiras suspeitas entre as empresas favorecidas e agentes públicos da Secretaria de Cultura. Um dos agentes apresentou um crescimento patrimonial incompatível com seus rendimentos após a execução dos editais culturais.

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