Os idosos são os alvos preferidos dos golpistas especialistas em crimes virtuais.  Conforme o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), somente entre janeiro e fevereiro de 2024, o núcleo de proteção aos idosos recebeu quase 800 denúncias de suspeita de fraude envolvendo essas vítimas.

Em 2020, o aposentado Antonio Bezerra viu o seu dinheiro sumir da conta bancária em um piscar de olhos. Foram cerca de R$ 100 mil roubados e que começou por meio de uma ligação feita pelos criminosos. “Queriam que eu fosse ao terminal do banco para atualizar o meu seguro”, lembra.

Antônio comenta que uma atendente ligou para ele afirmando que identificou três boletos de R$ 10 mil e um empréstimo. “Eu não tinha nada disso. Fui até o banco e tudo que fiz no terminal estava escrito na tela, eu estava lendo, eu não fiz nada. No final ela, mandou apontar o meu celular para o QR code. Foi nesse momento que o banco alegou que dei meus dados”, explica.

O seu Antônio foi vítima de outro golpe, recentemente, mas dessa vez, por um aplicativo de mensagem. Os golpistas pediram dinheiro enquanto se passavam pelo filho dele.

“Se passaram pelo meu filho, eu liguei para a minha mulher e ela disse que ele estava na igreja. [O golpista] primeiro pediu R$ 1.250 e eu coloquei. Já por volta de meio-dia, eu estava almoçando e pediu mais R$ 1.890. Totalizou R$ 3.140 roubados”, contou.

Uma idosa de 91 anos perdeu R$ 220 mil em um golpe aplicado por uma organização criminosa que realizou saques e transferências de uma conta bancária da vítima.

A delegada Bruna Verena aponta dicas que podem ser úteis para identificar um possível golpe, principalmente online. “Nós vivemos no mundo virtual, a gente resolve tudo pelo WhatsApp e em contas são digitais. Isso é um campo fértil para a gente ter mais golpes virtuais”, conta.

“Muitas vezes, o criminoso coloca a foto da pessoa no WhatsApp. Você tem que ver que se é um número diferente. Geralmente, ele te pede dinheiro e vai te mandar uma chave PIX, veja se essa chave realmente é da pessoa que supostamente pede o dinheiro, como filho ou parente. Eles mandam algum crédito a receber e pedem seus dados, e, com isso, conseguem acessar a conta e fazer empréstimo. Atenção e sempre se questionar”, conclui a delegada.