Em Teresina, pacientes acamados que dependem da alimentação enteral, fornecida pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), estão enfrentando uma situação grave. O insumo, que deveria ser entregue regularmente, não tem chegado aos pacientes, colocando sua saúde em risco.
A aposentada Maria Oneide, vive essa realidade diariamente. Portadora de uma doença hereditária degenerativa, ela depende exclusivamente da alimentação por sonda e relata que não tem condições de arcar com os custos.
“Eu me sinto angustiada, não sei mais o que fazer. Não posso comprar, é caro demais. A gente pede, mas ninguém nos ajuda”, desabafa.
A dieta enteral precisa ser consumida diariamente, só que a distribuição do alimento, que deveria ser feito pela prefeitura de Teresina, não acontece há dois meses.
Segundo a coordenação de grupos de apoio a acamados em Teresina, há cerca de 600 pessoas cadastradas para receber a alimentação enteral pela FMS. No entanto, os relatos de falta de estoque são frequentes, apenas 20 caixas do insumo foram distribuídas recentemente, o que não chega a suprir a demanda crescente.
A dona de casa Flávia Cristina, mãe de José Francisco, um jovem de 26 anos com paralisia cerebral, também sofre com a falta da dieta.
“Meu filho consome um litro por dia. Todos os dias eu ligo para saber, e a resposta é a mesma: não tem previsão de entrega. Não sei mais como fazer para garantir o sustento dele”, lamenta.
Ela contou ainda que além de não ter condições de arcar com os custos altos da dieta enteral, também enfrenta dificuldades com transporte.
“Moro longe e gasto 50 reais de transporte para ir buscar. É algo que pesa no nosso orçamento, e mesmo assim, quando chegamos lá, a resposta é que não tem o produto”, conta Flávia.
Em resposta, a Fundação Municipal de Saúde afirmou que a distribuição é feita conforme o estoque disponível e que parte da dieta foi entregue nesta semana.
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