Médicos e enfermeiros do SAMU de Parnaíba denunciaram a falta de macas para receber pacientes no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA). Segundo uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da cidade, a ambulância de suporte avançado já chegou a ficar parada em frente ao HEDA por 48 minutos, deixando de atender outras ocorrências.
“Tive que entrar no hospital e buscar uma maca para deixar o paciente, e não havia nenhuma. Cheguei até a obstetrícia, mas disseram que não podiam disponibilizar uma maca, pois poderiam precisar em caso de urgência. Rodei o hospital inteiro até encontrar uma cama, aparentemente usada por algum funcionário para descanso. Acabamos deixando o paciente nessa cama para podermos atender outros chamados,” relatou a profissional, que prefere não se identificar.
A médica explicou que o SAMU de Parnaíba possui três ambulâncias: uma de suporte básico, uma de suporte intermediário e uma de suporte avançado. A ambulância de suporte básico é composta por um técnico de enfermagem e um socorrista. A de suporte intermediário conta com um enfermeiro na equipe, e a de suporte avançado inclui um médico, além dos demais profissionais. Essa última é destinada a casos mais graves.
A ambulância de suporte avançado atende toda a região de Cajueiro, Cocal, Luís Correia e Buriti dos Lopes.
“Não podemos ficar presos no hospital, pois, se houver outra ocorrência ou chamado, ficamos impossibilitados de atender, já que não temos maca,” frisou a médica.
A diretora do HEDA, Walneide Franca, afirmou que o hospital possui cinco macas destinadas ao recebimento de pacientes vindos do SAMU e de outras unidades.
“O problema é que, quando a unidade está superlotada, a situação fica mais complicada. Mas sempre procuramos resolver da melhor forma possível,” pontuou.
A direção do hospital também enviou uma nota sobre as denúncias recebidas.
Confira na íntegra:
Nota da Direção do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA)
Temos conhecimento das recentes denúncias feitas por profissionais do SAMU sobre a falta de macas para o transporte de pacientes que chegam ao Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA).
Como único hospital público de referência para as regiões da Planície Litorânea e Cocais, o HEDA opera em regime de “vaga zero”, com atendimento contínuo e ininterrupto para todas as urgências e emergências. Esse compromisso de portas abertas significa que, em períodos de alta demanda — muitas vezes devido à grande procura ocasionada pela insuficiência de atendimento nas unidades básicas de saúde do município — o fluxo de pacientes frequentemente excede a capacidade física da unidade, o que ocasiona sobrecarga de recursos e, por vezes, atrasos.
Desde o início do mês de outubro, o Pronto-Socorro do HEDA já realizou 5.644 atendimentos, dos quais 1.208 eram casos não urgentes e 30 de pouca urgência. Esses números refletem o grande volume de atendimentos no HEDA, impactando diretamente a disponibilidade de macas.
Atualmente, o HEDA conta com cerca de 40 macas móveis e outras 5 fixas. Mesmo com essa estrutura, estamos constantemente aprimorando o fluxo de atendimento, visando reduzir os períodos de espera e garantir um serviço mais ágil e eficiente para todos. Reiteramos nosso compromisso em atender à população com a melhor estrutura possível, mesmo diante de um cenário de alta demanda.
Atenciosamente,
Direção do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA)
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