
O sono é um reflexo de nossas vidas e comportamentos, e muitos fatores podem interferir nessa necessidade vital. No artigo “De Tirar o Sono”, Francisco Hora aborda, com humor e sagacidade, as situações do cotidiano brasileiro que comprometem nosso descanso.
Ele começa classificando os vizinhos em três categorias: o bom, o ruim e aquele que você acabou de conhecer e já se considera íntimo. Essa dinâmica social reflete a convivência diária, onde o barulho excessivo pode se tornar um problema, como se todo vizinho fosse um trio elétrico.
Outro ponto relevante é o impacto da situação financeira no sono. Hora brinca que, se sobrar dez reais no final do mês, a tranquilidade predomina; mas, se sobrar muito ou faltar, a paz desaparece. Essa observação revela como as preocupações econômicas podem nos manter acordados durante a noite.
A velhice também aparece como um tema central, trazendo consigo as dores, as solidões e até mesmo o desafio peculiar de dividir o quarto com um cachorro que ronca. Hora ainda ironiza os conselhos sobre como dormir bem, que muitas vezes soam presunçosos, como se existisse uma fórmula mágica para todos seguirem.
O autor explora também a pressão para evitar o envelhecimento e a preocupação excessiva com a opinião alheia, especialmente após os 60 anos. Soma-se a isso a emoção de torcer por um time de futebol e perder o sono por causa de uma derrota, algo que muitos conhecem, mas que Hora lembra ser passageiro — afinal, sempre há o próximo jogo.
Por fim, ele aponta que, apesar da importância da higiene do sono, outros fatores acabam roubando nosso descanso, como pessoas inconvenientes, conversas sobre política, amores platônicos e a frustração de planejar o dia seguinte.
Essas reflexões mostram como o sono está profundamente conectado ao nosso bem-estar emocional, social e financeiro. Cuidar do descanso, portanto, envolve mais do que adotar boas práticas: é também um convite para repensarmos nossas prioridades e preocupações cotidianas.
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