Teresina é a única cidade das Américas que participa de uma pesquisa feita em parceria com a Organização das Nações Unidas, com o intuito de identificar o impacto do calor na saúde das mulheres grávidas. Na capital do Piauí, foram visitadas 75 unidades básicas de saúde, onde mulheres grávidas responderam a um questionário.
O estudo foi desenvolvido pela Agenda Teresina 2030 e venceu um desafio, que contou 261 cidades de 30 países. Os dados da capital foram os primeiros divulgados entre as cidades pesquisadas.
Conforme o Coordenador da Agenda Teresina 2030, Leonardo Madeira, os dados ajudaram a traçar o perfil das mulheres grávidas afetadas pelo calor na capital.
“Hoje nós sabemos que essa mulher é preta ou parda e vive em bairros com condição de extrema vulnerabilidade. Além disso, não possuem recursos que garantam o mínimo conforto térmico a elas e muitas vezes recorrem ao banho, como uma tentativa de aliviar o calor”, explicou.
Injustiça climática
“Iniciamos a pesquisa imaginando procurar diversos problemas fisiológicos e verificamos uma grave desigualdade socioeconômica na nossa cidade. Também revelou uma injustiça climática, ou seja, o clima atinge a todos sem distinção em Teresina, mas de forma muito desigual. Isso ficou muito evidente na nossa pesquisa, nós vimos o quanto o clima tem atingido essas mulheres e a ausência de recursos para enfrentar esses períodos mais difíceis”, detalhou Leonardo.
Ainda conforme o coordenador, os dados serão usados para a elaboração de políticas públicas que possam ajudar as gestantes na capital:
“O diagnóstico vai nortear as políticas públicas do município, queremos criar um protocolo de calor para as mulheres grávidas. Esse protocolo tem que pensar de uma forma holística, não somente em saúde, também em aspectos comportamentais, vestimentas e horários de consultas nas UBSs. Aqui vimos mulheres em horários muito quentes, tendo que esperar por uma consulta”, explicou.
*Estagiário sob a supervisão da jornalista Malu Barreto
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