O diretor de prevenção da Defesa Civil do Piauí, Werton Costa, disse que existe a possibilidade de um novo temporal centralizado, na região de Picos (PI). Pelo menos 500 moradores tiveram suas casas atingidas e duas pessoas morreram durante a forte chuva, na noite de segunda-feira (13).
Os integrantes do comitê de crise do Governo do Estado se reuniram, na manhã desta quinta-feira (16), para traçarem estratégias de ação nas áreas afetadas. Segundo Werton Costa, embora o volume de chuva tenha reduzido, a previsão aponta para um novo risco de chuva intensa a partir do dia 20 de janeiro.
“As chuvas estão arrefecendo, perdendo fôlego, porque o canal de umidade que provocou o sinistro de Picos desapareceu. Estamos recebendo umidade do Maranhão, cidades do médio Parnaíba. As chuvas vão dar uma moderada. Existe uma possibilidade que após o dia 20 a gente tenha um temporal localizado“, disse.
Morros e encostas
Outro ponto de atenção da Defesa Civil é com a situação dos morros, que circundam a cidade de Picos. Equipes do órgão faram vistorias nas encostas para avaliar a segurança das casas construídas em área de risco.
“Mesmo que as chuvas atinjam um patamar entre fraco e moderado, a gente tem a condição dos morros, que são passíveis de deslizamento. Nós vamos continuar com o radar da Defesa Civil naqueles municípios, olhando para os reservatórios, riachos e mananciais, que transbordaram”, destacou.
Estrutura disponibilizada
O governador em exercício, Themístocles Filho (MDB-PI), disse que o governador Rafael Fonteles (PT-PI) – que está de férias por 10 dias – determinou o encaminhamento de equipes para garantir a assistência à população.
“O governador Rafael determinou que toda a estrutura do Governo do Estado, todas as secretariais, estejam ao lado da Prefeitura e da população de Picos para ajudar. Já está acontecendo, com a assistência social, defesa civil, saúde”, pontuou.
FAMÍLIAS RELATAM PREJUÍZOS E MEDOS
O temporal que atingiu Picos (PI), cidade com quase 87 mil habitantes, na noite de segunda (13) até a madrugada de terça (14), afetou cerca de 400 pessoas, conforme a Defesa Civil Municipal. Pelo menos 50 pessoas estão em abrigos provisórios.
Muitas famílias perderam tudo e saíram das suas casas apenas com a roupa do corpo. “Eu não faço a menor ideia do que foi que a gente perdeu aqui. Teve um carro que provavelmente vai dar perda total. Móveis planejados, a gente perdeu também”, diz bioquímico Arthur da Silva.
A moradora Maria Neta conta que estava dormindo quando recebeu a ligação de um familiar relatando a forte chuva. “A minha irmã me ligou pedindo para se levantar porque as casas já estavam sendo inundada. As portas já foram quebrando, invadindo a casa; invadiu de uma vez. A gente se sente impotente diante de uma situação dessa”.
Algumas precisaram ser resgatadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros e do Exército Brasileiro.
Vídeos mostram os moradores se protegendo nos telhados das casas. Esse foi o caso da servidora pública Luiza Bruna Barro, resgatada com o filho e a mãe.
Bruna postou o pedido de ajuda nas redes sociais e conseguiu ser resgata com a família. “Eu não sabia o poder que a água tinha. É água que te leva em um piscar de olhos”, lembra.
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