14 de agosto de 2025

Servidor do TJ-PI utilizou fragilidade no sistema para vender decisões judiciais, diz polícia

Laisa Mendes

Publicado em 19/02/2025 18:56

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Delegacia Geral da Polícia Civil

*Laisa Mendes, *Pedro Pires e Marcos Teixeira/TV Clube
laisa.mendes@tvclube.com.br

Um esquema criminoso que causou uma perda de cerca de R$ 7 milhões a rede de postos de combustível Ipiranga é investigada pela Polícia Civil do Piauí (PC-PI), que revelou que o grupo teria acesso, inclusive, a processos judiciais.

A Operação Usuário Zero prendeu  três pessoas, entre elas, o advogado de Direito Eleitoral, Carlos Yuri de Araújo de Moraes e um servidor do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), responsável por intermediar os acessos e mais um suspeito. Além disso, um mandado de prisão ainda está em aberto, e equipes da Polícia Civil realizaram diligências no estado de São Paulo para seu cumprimento.

Segundo o delegado Yan Brayner, diretor de inteligência da PC-PI, o esquema foi descoberto em 2024, a partir de uma denúncia do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre possíveis fraudes no sistema de Processo Judicial eletrônico (PJe).

Modus operandi

Um ex-servidor do TJ-PI,  preso em outubro de 2024, teria descoberto uma fragilidade dentro do Processo Judicial eletrônico (PJe), um sistema desenvolvido pelo CNJ, e se aproveitado para comercializar as informações judiciais. O suspeito teria realizado as fraudes por mais de um ano antes de sua prisão.

“Na medida em que esse servidor percebeu essa vulnerabilidade do sistema, que se dava através de um acesso privilegiado e indevido que ele tinha do sistema, passou a vender esse serviço para partes, ou seja, os advogados”, informou o delegado, em entrevista a TV Clube.

Conforme o delegado, ele conseguia entrar no sistema por meio da alteração de cadastro de credenciais de servidores. Com isso, conseguia alterar a senha do servidor alvo e realizar ações em seu lugar.

“Através desse acesso privilegiado, ele conseguia inserir minutas de decisão para que juízes assinassem, acreditando que aquelas minutas tinham sido confeccionadas por seus assessores”, completou.

Os juízes, ao confiarem que eram minutas oficiais, assinavam a decisão minutada por um membro da organização criminosa, de acordo com o delegado Yan Brayer.

Busca por foragido

O empresário Paulo Amorim possui um mandando de prisão em aberto e, até o momento, não foi localizado. Ele é dono de uma rede de postos de combustíveis e suspeito de ser integrante da organização.

*Estagiários sob a supervisão da jornalista Malu Barreto.

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