A Rede Clube lançou, nesta segunda-feira (10), a série S.O.S. Mulher, uma produção que mergulha em histórias de superação de mulheres que conseguiram romper o ciclo da violência. O tema deste ano é “O rompimento do silêncio da violência”.
A série apresenta relatos de vítimas que encontraram força para recomeçar e destaca a atuação de profissionais que trabalham no combate à violência de gênero, inspirando mulheres a viverem livres e sem medo.
O S.O.S. Mulher será exibido ao longo do mês de março, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8. Em um país onde 1.467 mulheres foram vítimas de feminicídio apenas em 2023, este período se fortalece como um momento de reflexão e mobilização pela vida e segurança das mulheres.
A socióloga Marcela Mastro explica que o machismo é um fator determinante nesses casos, especialmente quando o agressor tenta impor limites às ações e à conduta da parceira.
“Essas microviolências estão presentes de várias formas. Elas aparecem nos discursos, como quando dizem: ‘isso é coisa de mulher’, ‘você vai fazer isso?’, ‘você não pode’, ‘não deve vestir essa roupa’ ou ‘mulher minha não faz isso'”, pontua.
Em meio a um ciclo de abusos, uma das principais dificuldades das vítimas é reconhecer o problema. Por falta de informação, muitas não conseguem identificar a situação em que estão inseridas. Segundo a psicóloga Sileli Santiago, para muitas mulheres, a violência se resume apenas à agressão física.
“Muitas mulheres, elas têm uma dificuldade de reconhecer que estão no relacionamento abusivo. Eu já escutei muito na clínica ‘olha, ele não é um abusador, ele não me bate’, mas a violência, ela não é só física, ela é também psicológica, moral, sexual e patrimonial”, analisa.
A psicanalista Liana Gonçalves, por outro lado, analisa que os índices são resultado de uma organização social que impõe ao gênero feminino uma condição de inferioridade, colocando-o abaixo do masculino. “Essa mulher se posiciona em uma relação de dominação, sendo submetida por outro devido a uma estruturação social”, afirmou.
A mudança na sociedade é possível. Para a delegada e pesquisadora de gênero Eugênia Villa, isso exige um incentivo aos estudos sobre esse tipo de violência. “Nós precisamos estudar a fundo a questão de gênero e aplicar esses conhecimentos na abordagem dos agressores”, defende.
O conhecimento é uma ferramenta essencial para empoderar as mulheres e garantir uma resposta efetiva contra a violência. Por isso, as ocorrências devem ser denunciadas à Central de Atendimento à Mulher, à Polícia Militar, ao aplicativo Salve Maria, entre outros canais de apoio.
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