O delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), detalhou a cronologia do assassinato do Raimundo Nonato Pereira da Silva, que aconteceu no dia 9 de março de 2025, no bairro Promorar, na zona Sul de Teresina (PI). Gilmar foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado.
O principal suspeito do crime, companheiro da vítima, foi preso nesta sexta-feira (14), em uma residência na Vila Palitolândia, também zona Sul de Teresina. Fotos do casal juntos horas antes do assassinato apontaram a autoria do crime.
O suspeito confessa o crime e alega legítima defesa após Raimundo tentar forçá-lo a manter relação sexual. No entanto, a investigação do DHPP constatou que o assassinato foi motivado por outras situações.
O DHPP informou que o uso excessivo de drogas pelo suspeito e a relação que ele mantinha com a ex-esposa incomodava Raimundo. Isso teria motivado o assassinato após uma discussão com Gilmar. O idoso chegou a pagar dívidas feitas pelo companheiro para o consumo de drogas.
CRONOLOGIA DO CRIME, segundo o delegado do caso Danúbio Dias:
No dia 9 de março de 2025, Gilmar e Raimundo discutiram na residência onde moravam no bairro Promorar, zona Sul de Teresina. Raimundo saiu da residência e deixou Gilmar trancado na casa. A vítima relatou a situação para a própria mãe e uma amiga.
A discussão aconteceu por dois motivos. Um deles o uso excessivo de drogas, pois a vítima tinha acabado de pagar uma dívida do Gilmar no valor de R$ 300. A uma foto que comprova o pagamento. O outro motivo que levou a discussão no domingo (9) foi o fato do suspeito, segundo o delegado, manter contato com a ex-mulher.
A vítima saiu da residência e se encontrou com uma amiga, para quem relatou a situação com Gilmar. Raimundo foi a um bar e ficou até umas 15h do domingo, depois foi para casa.
Por volta das 16h52, a vítima tirou três fotos com o Gilmar no próprio celular. Aparentemente, eles tinham se reconciliado da discussão, pois nas fotos aparecem sorrindo, pontua o delegado.
O DHPP estima que Raimundo foi morto a golpes de picareta, ferramenta usava para abrir buracos, cerca de meia hora após as fotografias. Às 18h30, a vítima já estava morta.
“Estimamos que a vítima foi assassinada pelo menos meia hora depois (das fotos). Ele tirou a foto do celular da vítima 18h30. Logo depois, ligou para outra testemunha. Isso desfez a versão de que ele estava dormindo”, explica o delegado.
O suspeito em uma das versões relatou à polícia que estava dormindo quando foi surpreendido pela vítima com uma faca. O delegado relata que essa cena não condiz com os dados e as evidências dos autos.
“Ele (Gilmar) ligou para uma testemunha avisando que tinha feito algo grave com a vítima por volta das 18h40. E, em seguida, ele envia um vídeo que foi divulgado (nas redes sociais). Ele assassinou a vítima entre 17h30 e 18h”, detalha o delegado, citando que o suspeito deu três picaretas no rosto da vítima.
GRAVAÇÃO DE VÍDEOS
Após matar a vítima, o suspeito gravou diversos vídeos mostrando o corpo. As gravações foram feitas até por volta de 1h de segunda-feira (10). Nelas, o suspeito também aparece bebendo e ouvindo música.
De acordo com o delegado, em alguns vídeos o suspeito debocha da vítima e apresenta diversas versões para o crime. “Uma delas diz que a vítima falou mal da esposa, mas todas as versões são mentirosas”.
“O que provavelmente aconteceu depois das 17h (do dia 9 de março) foi que o assunto que provocou a briga vir a tona. A discussão perdeu o controle e resultou no assassinato da vítima”.
O Gilmar teria saído da casa após 1h do dia 11 de março com o celular da vítima. O aparelho está desligado e ainda não foi localizado. Apesar disso, o DHHP conseguiu ter acesso à nuvem de dados e verificar fotos e vídeos.
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