
No Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, celebrado em 26 de março, a médica neurologista Marcília Araújo esclarece dúvidas sobre a doença, abordando causas, sintomas, tratamentos e orientações para lidar com uma crise convulsiva.
O que é a epilepsia?
A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais no cérebro. A especialista explica que a doença pode se manifestar por meio de crises convulsivas, crises de ausência ou sintomas motores e sensoriais.
“O paciente pode ter uma crise tônico-clônica generalizada com perda de consciência, que é aquela crise mais conhecida, em que a pessoa desmaia, tem contrações musculares, pode urinar na roupa e até morder a língua”, conta.
Quais são as causas da epilepsia?
A epilepsia pode ter diversas causas, como alterações genéticas, traumatismos cranianos, infecções no sistema nervoso central, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e tumores cerebrais.
“A epilepsia pode ter origem congênita, ou seja, o paciente já nasce com predisposição para desenvolver a doença. Mas também pode ser adquirida ao longo da vida, pois qualquer lesão cerebral pode levar à epilepsia. Isso inclui AVCs, traumatismos cranianos, infecções do sistema nervoso central, entre outros fatores”, detalha.
Como agir durante uma crise epiléptica?
A médica enfatiza que saber como agir em uma crise epiléptica é essencial e que nunca se deve colocar nada na boca do paciente, pois isso pode causar sufocamento.
Além disso, o ideal é posicionar a pessoa de lado, para evitar que ela aspire saliva ou vômito. Se durar mais do que o considerado normal, entre dois a três minutos, é importante chamar o serviço de emergência.
“Se a crise durar mais de cinco minutos ou se o paciente tiver crises sucessivas sem recuperar a consciência entre elas, é necessário buscar atendimento médico imediatamente. Se a crise for breve e a pessoa já tiver diagnóstico de epilepsia, não há necessidade de hospitalização”, explicou.
Cura ou prevenção
Segundo a neurologista, a epilepsia pode ser controlada com tratamento, mas nem sempre tem cura. “A prevenção da epilepsia pode ser feita a partir de cuidados com a saúde cerebral. Por exemplo, se o paciente tem acesso à saúde e previne um AVC, controlando a pressão arterial e outros fatores de risco, ele já reduz a chance de desenvolver epilepsia como uma sequela do AVC”, detalha.
O tratamento da epilepsia envolve o uso de medicações anticonvulsivantes, que ajudam a estabilizar a atividade elétrica do cérebro.
“O tratamento envolve o uso contínuo de medicação específica para o tipo de crise do paciente. Algumas formas de epilepsia têm maior risco de recorrência e, nesses casos, a medicação não deve ser suspensa. Já em epilepsias relacionadas à infância, a medicação pode ser retirada conforme a idade”, explica.
Restrições
Segundo a especialista, os cuidados permitem que o paciente tenham uma vida normal. “Existem restrições, como evitar o consumo de álcool, que pode desencadear crises, e seguir rigorosamente o uso da medicação”, concluiu.
Quanto à direção de veículos, a médica informou que só podem dirigir aqueles pacientes que estiverem há pelo menos um ano sem crises.
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