O estudante de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Agenor Kayki, 21 anos, perdeu totalmente a audição do seu ouvido esquerdo após perfurar seu tímpano com um cotonete e gerar uma infecção.
“O médico que examinou meu ouvido disse que, em 15 anos, nunca tinha visto uma infecção tão séria a ponto de fazer ter uma perca auditiva tão severa”, declarou Kayki.
No momento em que Kayki perfurou o tímpano com o cotonete, ele sentiu apenas uma pequena dor, e continuou normalmente com a sua rotina. Porém, ao se deitar para dormir, sentiu febre, muita dor de ouvido e tontura.
Pela noite, ele foi a um posto de saúde. Porém, a unidade não contava com um médico especializado em ouvidos, o otorrinolaringologista. Então, inicialmente, seu tratamento se resumiu a antibióticos.
Atualmente, o método mais possível de Kayki restaurar da sua audição, mesmo que parcialmente, é o implante coclear (uma prótese eletrônica).
Ao Portal ClubeNews, o médico otorrinolaringologista Paulo Rogério explicou que o uso do cotonete é contraindicado por profissionais.
Para a limpeza do ouvido, o médico recomendou o uso de panos e flanelas limpos e condenou o uso de instrumentos como chaves, canetas, penas e rabo de tatu.
“O cotonete não é indicado para a limpeza do ouvido. O ouvido produz a cera, e a cera faz a proteção da pele do canal auditivo externo, ela evita infecções e que insetos entrem e possam machucar. A cera tem uma função, não é doença e não precisa ser retirada de forma abrupta por cotonete ou qualquer outro instrumento”, esclareceu.
“A higiene do ouvido já é feita pela própria pele do ouvido, ela vai carrear essa cera para fora e você vai limpar só por fora, você pode pegar um paninho debaixo do dedo e limpar a área externa do ouvido”, explicou.
Para cuidados gerais com a saúde auditivo, o otorrinolaringologista recomendou evitar frequentar constantemente ambientes com som elevado e o uso excessivo de fone de ouvido.
“A saúde auditiva envolve também a despoluição sonora. Evitar ficar em ambientes de som muito elevado, que vai causar o que a gente chama de trauma acústico, que é uma lesão irreversível, indolor e cumulativa”, concluiu.
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