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Quando sobreviver é o ato mais corajoso; leia artigo

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Kyslley Urtiga

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Solidão (Foto: Pixabay)

Há dias em que o céu não obedece aos nossos comandos. Dias em que simplesmente existir parece carregar o peso de montanhas no peito, onde cada respiração exige esforço, e cada passo custa mais do que se tem para oferecer. Nesses momentos, é fácil pensar que estamos falhando, que a vida está passando e que ficamos para trás. Mas não. Você não está falhando. Você está sobrevivendo — e isso, em si, já é um feito imenso.

Vivemos em um mundo que idolatra o desempenho, o progresso constante, o voo alto e veloz. Mas há um heroísmo silencioso em apenas manter os pés no chão. Sobreviver, quando tudo em você pede para parar, é um dos atos mais exaustivos e valentes que se pode realizar. E, no entanto, pouco se fala sobre isso.

A verdade é que sobreviver também cansa. Drena a energia, rouba as cores do cotidiano, transforma tarefas simples em desafios intransponíveis. Enquanto outros parecem flutuar com leveza, você se mantém firme, com os nós dos dedos brancos de tanto segurar. A solidão dessa luta machuca de forma invisível, deixando marcas que ninguém vê.

Por isso, seja gentil com esse coração cansado. Liberte-se da exigência de levantar antes que tenha recuperado o fôlego. Seu dever mais sagrado, por agora, é proteger sua chama — ainda que fraca — do vento. Nenhuma torre se ergue sobre solo destruído. Antes de construir, é preciso cuidar.

E lembre-se: até os invernos mais rigorosos se rendem à primavera. Seu corpo guarda a memória não apenas da dor, mas da resiliência. Elas sempre dançaram juntas dentro de você. E um dia, quando menos esperar, numa manhã comum, talvez perceba que o peso em seus ombros está um pouco mais leve. É nesse espaço sutil que a esperança começará a se mover novamente — tímida, mas viva.

Até lá, honre seu cansaço. Descanse sem culpa. Largue o equipamento de escalada, ainda que por uma temporada. Confie: o momento de se levantar novamente chegará. E quando isso acontecer, você ascenderá não apesar dos dias vividos perto da terra, mas por causa deles.

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