27 de julho de 2025

“A Câmara não tem motivos para ocultar informações”, diz procurador após afastamento de servidores

Jonas Carvalho

Repórter
Publicado em 14/04/2025 15:20

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Coletiva de imprensa com Pedro Rycardo Couto, Procurador-Geral da Casa (Foto: Jonas Carvalho)

O procurador-geral, Pedro Rycardo Couto, informou que a equipe jurídica da Câmara Municipal de Teresina (CMT) cumpriu a determinação da Polícia Federal de afastar três servidores comissionados.

Os nomes eram ligados à vereadora Tatiana Medeiros (PSB), que está presa desde o dia 3 de abril por suspeita de compra de votos e envolvimento com facções criminosas.

Em entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (14), logo após a operação da Polícia Federal, Pedro Rycardo Couto disse que a Câmara mantém a devida transparência em seus atos e que o processo não afeta a imagem do Poder Legislativo frente à população.

“Quanto à transparência, estamos aqui passando todas as informações para a população teresinense. A transferência vai ser total, até porque nós estamos cumprindo decisões judiciais. A Casa não tem nenhum motivo para ocultar nenhuma informação”, disse.

Servidores afastados:

  • Stênio Ferreira Santos
  • ⁠Edilene Sani Pinho de Melo
  • ⁠Dariele de Melo Pedreiras

Dos servidores afastados, Stênio Ferreira era o único lotado no gabinete da presidência da Câmara. As outras duas mulheres, segundo o procurador, já estavam afastadas de suas respectivas funções.

“Todos os vereadores têm indicações na presidência. Então, isso é um procedimento normal, mas cada um sabe a indicação de quem. Todos eles são comissionados. Inclusive, Dairele e Edilene já tinha sido exoneradas em momento anterior”, disse.

Os agentes da Polícia Federal estiveram na Câmara Municipal, nesta segunda-feira, para entregar formalmente uma cópia da decisão. No entanto, não houve cumprimento de mandados de busca e apreensão.

“A Polícia veio aqui, entregou a decisão para a minha pessoa. A decisão consta dessas questões (sobre o papel de cada comissionado), mas não vou entrar no mérito para não atrapalhar as investigações. Só vieram me notificar”, explicou.

AFASTAMENTO DE SERVIDORES

Três servidores da Câmara Municipal de Teresina (CMT) ligados à vereadora Tatiana Medeiros foram proibidos de acessar ou frequentar as dependências da CMT, nesta segunda-feira (14).

O afastamento atinge as pessoas que ocupavam os cargos de assessor especial da presidência e de duas assessorias parlamentares da Casa.  Elas também estão proibidas de manter contato com outros servidores do órgão.

As determinações acontecem por meio do cumprimento de três mandados judiciais pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Escudo Eleitoral, que apura a atuação de facções criminosas no processo eleitoral das Eleições Municipais de 2024.

HABEAS CORPUS

O julgamento do pedido de Habeas Corpus, protocolado pela defesa da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), acontecerá nesta segunda (14), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI). A sessão será realizada por videoconferência e transmitida a partir das 14h no canal do TRE-PI, no YouTube.

INVESTIGAÇÃO E PRISÃO

A vereadora Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal, no dia 3 de abril, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral. Na mesma operação, foram alvos servidores comissionados da Câmara Municipal de Teresina (CMT), da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí (Sesapi).

Tatiana Medeiros é investigada pelos crimes de compra ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em âmbito eleitoral.

Em 14 de novembro de 2024, a casa da vereadora foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão, durante uma operação do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) contra lavagem de dinheiro referente ao tráfico de drogas.

Na época, a investigada não era detinha mandato parlamentar, mas o namorado dela, identificado como Alandilson Cardoso Passos, era suspeito de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico e em lavagem de dinheiro.

Ele estava foragido no momento da operação e foi preso posteriormente em um hotel na cidade de Belo Horizonte (MG). Segundo o delegado Samuel Silveira, Alandilson estava acompanhado de Tatiana no momento da prisão. Os dois estariam viajando juntos.

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