Durante o ano de 2024, o Piauí registrou 65 mortes em acidentes envolvendo animais soltos em rodovias. Em 2025, os números já acendem um sinal de alerta. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), os primeiros quatro meses deste ano já contabilizam 30 mortes provocadas por esse tipo de colisão. Uma reportagem exibida pelo Piauí TV 1 nesta terça-feira (15) destacou que os donos dos animais podem ser responsabilizados pelos acidentes.
Para tentar reduzir as estatísticas, a Secretaria de Segurança Pública, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, está realizando a Operação Porteira Fechada. A ação tem como objetivo identificar os proprietários dos animais soltos nas estradas, que podem ser punidos civil e criminalmente pelos prejuízos causados — inclusive em casos que resultem em morte.
Segundo o diretor de Operações de Trânsito da SSP-PI, Fernando Aragão, além do recolhimento dos animais, serão aplicadas multas e outras penalidades.
“Serão responsabilizados pelo Código Penal, uma vez que eles geram perigo mantendo esses animais soltos. Podem ser penalizados, inclusive, no caso da lesão corporal e até homicídio culposo. Fora isso, a responsabilidade civil de acabar pagando os prejuízos das pessoas que foram lesadas no trânsito”, disse.
Acidentes
Somente neste mês, pelo menos três acidentes envolvendo animais na pista foram registrados nas rodovias do Piauí. Um deles, ocorrido no último dia 7, envolveu o secretário estadual de Saúde, Antônio Luiz, que retornava de um compromisso em São João do Piauí. O carro em que ele viajava com o motorista colidiu com um animal na BR-143, nas proximidades de Oeiras.
Na manhã do mesmo dia, na PI-130, entre Teresina e Nazária, um carro e uma van bateram em um boi que estava solto na pista. Já na madrugada do dia seguinte, uma ambulância colidiu com um animal ao trafegar pela PI-320, entre os municípios de Jatobá e Campo Maior.
Motoristas temem o perigo
A presença constante de animais nas estradas exige atenção redobrada, especialmente de quem trabalha com transporte. A caminhoneira Marcela Ramos contou à TV Clube que passou a adotar medidas de segurança, como evitar dirigir à noite e manter a velocidade sempre abaixo do limite permitido.
“Embora a gente tendo muita cautela, os donos acabam não prendendo e deixando os bichos soltos e a gente fica a mercê desse perigo. Às vezes, o mato é alto e a gente não consegue ter visibilidade boa. A gente busca dirigir durante o dia, que a gente tem uma visibilidade maior. Pode surgir a qualquer momento um animal e você tem que estar atento, dirigindo sempre com a velocidade abaixo da via, que é para dar tempo dar uma frenagem não brusca. De jeito nenhum pode buzinar porque deixa os animais agitados e ter bastante atenção e cautela”, relata.
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