Sábado Santo ou Sábado de Aleluia? Padre explica silêncio da vigília pascal

Dia é marcado pela vigília pascal e silêncio na igreja durante a Semana Santa

Vigília Pascal (Foto: Arquidiocese de Teresina)

Véspera do dia mais importante na fé católica, o Sábado Santo carrega consigo simbologias e tradições. Marcado pelo silêncio da vigília pascal, também é conhecido popularmente como Sábado de Aleluia.

Para entender mais sobre o significado e a importância sobre o penúltimo dia da Semana Santa, o Portal ClubeNews conversou com o padre Expedido Santos, pároco da Igreja de Senhora Sant’Ana, do bairro Campo Velho, em Floriano (PI).

O sacerdote explicou que o terceiro dia do Tríduo Pascal, que são os três dias contados a partir da quinta-feira, remonta ao silêncio da Virgem Maria e dos apóstolos após a morte de Jesus. Dessa forma, o Sábado Santo começa na tarde de sexta-feira e encerra na tarde do domingo de Páscoa.

“Neste dia, a Igreja guarda o silêncio ao lado da Virgem Maria e dos apóstolos que também não conseguem explicar o que está se passando. O Filho do Homem entrou para o último descanso, tudo foi consumado. Jesus desceu à mansão dos mortos e foi em busca do primeiro Adão para resgatá-lo da escravidão da morte”, analisa.

Padre Expedito Santos (Foto: arquivo pessoal)

Significado

A denominação Sábado de Aleluia tem relação, portanto, com a vitória de Cristo sobre a morte. O padre relembra que durante os quarenta dias da quaresma a palavra ‘aleluia’ não pode ser proferida nas missas, visto que se trata de uma expressão de alegria.

Alegria pela vida, pela ressurreição e por uma nova luz que surge no mundo. Assim, a expressão ‘aleluia’ significa ‘louvai a Deus’, em hebraico.

“Por isso, este sábado também é chamado de Sábado de Aleluia, porque na Vigília desta noite a Santa Igreja volta a cantar o aleluia da vitória de Cristo sobre o mal, o pecado e a morte. Tudo que era antigo passou. Ele inaugurou uma nova criação, a criação redimida, reconciliada. O antigo sábado já não existe mais. Agora, o primeiro dia da semana marca o início do novo tempo. Deus exaltou o Filho e fez d’Ele o Senhor de todas as coisas”, ressalta.

A celebração é dividida em importantes momentos. Os fiéis que participam da missa escutam e refletem a respeito de oito leituras, oito salmos e um evangelho, fazendo todo o caminho da salvação desde o dia da criação do mundo por Deus.

Círio Pascal

O momento central do Sábado de Aleluia consiste no acendimento do Círio Pascal, uma grande vela branca que representa Jesus Cristo como a luz do mundo. Esse é um dos principais símbolos da Páscoa, bem como do Catolicismo. De acordo com o sacerdote, o rito tem como finalidade renovar as promessas dos batizados.

“Antes de acender o Círio, o padre faz algumas incisões. Ele coloca cravos no Círio em lugares específicos. Os cravos significam as chagas de Cristo, que julga o mundo e que salva o mundo. Depois de aceso no fogo abençoado, o padre entra com o Círio na igreja escura, significando o caminho do Cristo na mansão triste dos mortos. Neste Círio novo, todos os batizados acendem suas velas para, quando tudo for iluminado, eles também tomarem parte na vida nova. Depois do aleluia, todos renovam as promessas que fizeram no dia do batismo, a luz do Cristo vencedor iluminou todas as vidas”, enfatiza.

Acendimento do Círio Pascal (Foto: Arquidiocese de Teresina)

Malhação de Judas

Uma tradição ainda presente em algumas comunidades é a malhação de Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus, entregando-O aos seus algozes em troca de trinta moedas de prata. Nesse sentido, no Sábado de Aleluia, populares surram e queimam um boneco representando a punição contra o traidor.

Malhação de Judas no bairro Cremação, em Belém (Foto: Mácio Ferreira/Prefeitura de Belém)

O padre Expedito Santos afirma que a tradição não tem relação com a fé católica e não há referências com a liturgia.

“A tradição de malhar o Judas nasceu nos países da Ilha Ibérica. Não tem fundamentação dentro da fé católica, mas era praticado entre os povos daqueles países e chegaram até nós. O sentido era malhar Judas por causa da traição a Jesus, mas não tem muito a ver com a liturgia oficial da igreja”, esclarece.

 

 

 

 

 

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