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Autocuidado não é privação: é escolha consciente

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Kyslley Urtiga

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Foto: Freepik

“Mas ninguém deveria dizer não à sobremesa!”

Essa frase, tão comum em rodas de conversa, revela muito mais do que parece. Fala sobre como associamos prazer à indulgência, disciplina à monotonia e, principalmente, como julgamos escolhas alheias com base em nossos próprios referenciais.

A verdade é que autocuidado não é uma fórmula universal. O que parece renúncia para uns, pode ser liberdade para outros. Uma noite em casa, longe da agitação, pode ser vista como tédio por quem prefere festas — mas para alguém, pode significar descanso, proteção e conexão consigo mesmo.

Vivemos numa cultura que rotula o equilíbrio como “chato” e a moderação como “falta de graça”. Recusar uma bebida pode gerar comentários. Sair mais cedo de uma festa, olhares de reprovação. Dizer não à sobremesa? Julgamento certo. Mas esses comportamentos dizem mais sobre nosso desconforto coletivo com limites do que sobre a decisão em si.

Enquanto alguns encontram prazer em uma fatia de bolo, outros se sentem melhor evitando o açúcar. E está tudo bem. O importante é que a escolha esteja alinhada com o momento, os objetivos e o bem-estar de quem a faz. Dormir cedo, por exemplo, não significa rejeitar a diversão — pode ser a base de um dia mais produtivo, de saúde mental estável, de energia renovada.

O problema começa quando projetamos nossas próprias necessidades e crenças sobre os outros. Quando nos sentimos ofendidos pela recusa de alguém a uma bebida ou julgados pela disciplina de um colega, talvez seja hora de olhar para dentro e perguntar: por que isso me incomoda? O desconforto muitas vezes não está no outro, mas nas histórias que contamos a nós mesmos.

No fundo, não se trata de bolo ou de festas, mas de algo muito maior: respeito. Respeito pelas escolhas dos outros. Respeito por quem está tentando fazer mudanças. Respeito por quem diz “não” — sem precisar justificar. Porque viver bem nem sempre significa viver alto, visível ou validado por todos.

Que tal praticarmos esse respeito? Especialmente quando o outro está apenas tentando viver melhor — mesmo que em silêncio.

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