O Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é celebrado nesta quinta-feira (24). A data marca a sanção da Lei nº 10.436, de 2002, que reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão. Em Teresina, o projeto “Escuto histórias, escrevo poemas”, em atividade desde 2018, passou a incluir relatos de pessoas surdas em suas ações pela capital.
O artista e poeta teresinense Ithz, idealizador do projeto, explicou que a iniciativa foi expandida após tentativas anteriores de incluir histórias de pessoas surdas.
“Eu coloco uma plaquinha com a frase ‘Escuto histórias, escrevo poemas’. A pessoa se senta, me conta sua história, e a partir daquela provocação eu crio um poema na hora. É uma intervenção orgânica e dinâmica. Já fizemos edições durante o Carnaval e agora estou realizando esse sonho antigo”, contou.
Com o apoio de uma intérprete de Libras, Ithz passou a ouvir histórias de pessoas surdas e, a partir desses relatos, começou a transformá-las em poemas.
“É um sonho antigo. Em 2019, foi a primeira vez que tentei. Inscrevi a ideia em um edital para convidar intérpretes de Libras de outras cidades e circular com o projeto. Fiz pesquisas e percebi que a comunidade surda no Brasil enfrenta um problema de registro de memórias e histórias, justamente porque poucas pessoas falam Libras. Então, esse desejo já vem de muito tempo”, contou o artista.
Para Clarice Mendes, intérprete de Libras envolvida na iniciativa, o projeto é uma oportunidade de inclusão e de chamar atenção para a necessidade de ações voltadas a pessoas que não escutam.
“O projeto mostra que o público surdo consome arte e tem histórias que merecem ser compartilhadas. Como a maioria das pessoas no Brasil não sabe Libras, esse é um grupo silenciado”, destacou.
