12 de julho de 2025

Piauí é o 2° estado com mais vegetação nativa perto de sítios históricos

Redação

Publicado em 30/04/2025 10:00

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Serra da Capivara abriga mais antigos vestígios de homem da América (Foto: Carlienne Carpaso/Portal ClubeNews)

O Piauí é o segundo estado brasileiro com maior presença de vegetação nativa nas proximidades de sítios históricos, com 78,7% de cobertura preservada. O dado é resultado de uma iniciativa inédita do Projeto MapBiomas, que analisou a cobertura e o uso da terra em sítios arqueológicos do Brasil entre 1985 e 2023, a partir de informações cadastradas e georreferenciadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Roraima lidera o ranking, com 87,6% de vegetação nativa em torno de seus sítios históricos, seguido pelo Piauí e, em terceiro lugar, o Amapá, com 69,4%.

“O cruzamento e a disponibilização destes dados abertos ao público ajudam a entender onde estes sítios estão localizados, se é numa área impactada por atividades humanas ou não, e também pode apontar para uma tendência de aumento de atividades antrópicas em alguma determinada região e a extensão desse aumento, o que pode nos gerar um alerta”, explica Thiago Berlanga Trindade, chefe do Serviço de Registro e Cadastro de Dados do Iphan.

Entre os biomas presentes no Piauí, a Caatinga concentra o maior número de sítios arqueológicos, com 7.004 registros de vestígios da presença humana em épocas passadas. O Cerrado também se destaca, reunindo 4.914 pontos identificados.

Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí (Foto: Foto: André Pessoa)

Crescimento no desmatamento

A análise dos dados levou os pesquisadores do MapBiomas a concluir que houve uma inversão na cobertura e no uso da terra nas áreas próximas aos sítios arqueológicos nas últimas décadas. Em 2023, mais da metade desses espaços de memória estão situados em áreas com intervenções humanas recentes, o que amplia os riscos à preservação.

Atualmente, 49,6% dos sítios arqueológicos estão em áreas desmatadas e ocupadas por atividades humanas, como pastagens, agricultura e expansão urbana. Em 1985, esse percentual era de 41,5%, enquanto a maior parte, 53,5%, ainda se encontrava em regiões de vegetação nativa, como florestas, savanas e campos naturais.

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