
O estado do Piauí tem a maior proporção de beneficiários de programas sociais do governo federal em todo o país. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), 16,8% da população piauiense declarou receber rendimentos de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A média nacional é de 9,2%.
O número demonstra que uma parte significativa da população piauiense necessita de políticas públicas de transferência de renda. A Bahia (16,6%) e Alagoas (15,7%) aparecem logo em seguida. Já Santa Catarina (2,6%) apresentou o menor percentual de beneficiários do país.
Apesar do expressivo crescimento de 114,48% no valor real dos benefícios desde 2012, o rendimento médio dos programas sociais no Piauí em 2024 foi de R$ 785,00, o terceiro menor valor do Brasil, à frente apenas do Maranhão (R$ 762,00) e da Bahia (R$ 774,00).
A pesquisa também revela outros dados relevantes sobre os rendimentos da população piauiense. Em 2024, 64,2% da população do estado teve algum tipo de rendimento, o maior percentual desde o início da série histórica em 2012. No entanto, apenas 39,2% obtiveram renda por meio do trabalho, o que coloca o Piauí entre os cinco piores indicadores do país nesse quesito.
Além disso, 34,4% da população piauiense recebeu rendimentos de outras fontes, como aposentadorias, pensões, aluguéis ou doações. Trata-se do maior percentual entre todas as unidades da federação. O rendimento médio do trabalho no estado foi de R$ 2.203,00, o quarto menor do país, bem abaixo da média nacional de R$ 3.225,00.
A pesquisa ainda mostra desigualdades significativas no perfil de quem trabalha. Mulheres, jovens, pessoas pretas e pardas têm os menores rendimentos médios no Piauí. Os jovens de 18 a 29 anos recebem, em média, R$ 1.576,00, enquanto pessoas com 60 anos ou mais têm rendimentos de R$ 3.207,00.