A maternidade representa uma experiência única na vida de cada mulher. Quando ela vem acompanhada de necessidades especiais, torna-se ainda mais desafiadora. A fisioterapeuta Maria Clara Almeida é uma mãe atípica e entende bem o que isso significa.
Casada e mãe de dois filhos, Maria Clara viu sua vida ser transformada com o nascimento do filho caçula, Miguel, de cinco anos. O menino tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) não-verbal, ou seja, entre os sintomas, tem dificuldades em desenvolver a comunicação por meio da fala.

Com uma rotina corrida, repleta de atividades do filho que envolvem terapias, consultas, sessões de psicologia e fonoaudiologia, terapia ocupacional, brincadeiras e aulas de natação, Maria Clara encontra a sua recompensa nas conquistas diárias do Miguel.
“Uma criança atípica requer muito tempo, requer muita atividade, muito estímulo para a evolução. Eu costumo dizer que são dias maravilhosos e dias bem difíceis, mas que valem muito a pena. Cada pequena evolução faz o nosso coração transbordar de alegria“, contou a mãe.
Mesmo na dificuldade, a fisioterapeuta espera ansiosamente pela realização do sonho de ver o filho chamando-a de ‘mamãe’.
“O Miguel conseguiu me mostrar pequenas coisas que eu não prestava atenção e que hoje eu sei a importância que é. Para você, que é mãe neuro-atípica, que você vê seu filho lhe chamando de ‘mamãe’, e você acha tão pouco, isso é meu sonho, é ver o Miguel me chamando de ‘mãe’. Então, a gente precisa ver as pequenas coisas que o seu filho faz, que às vezes a gente não dá valor, coisas simples, mas que são o meu sonho”, ressaltou.
O diagnóstico
Os sinais da presença do TEA na vida da criança começaram a aparecer nos primeiros anos de vida. Atrasos na fala, no uso da linguagem corporal, como “dar tchau” e bater palmas, além de dispersão no olhar levantaram suspeitas na mãe.
O recebimento do diagnóstico da condição do Miguel trouxe aflição ao coração de Maria Clara. Ela encontrou forças na fé para lidar com a situação.
“É um diagnóstico que uma mãe, quando recebe, sofre, chora, mas depois a gente começa a ver pequenas evoluções que vêm no quadro dele me emocionam muito. No começo foi bem difícil, a gente fica muito angustiada, sem saber como vão ser as evoluções. O encontro que eu tive com o Miguel, eu posso dizer que me aproximou muito de Deus. Se hoje eu tenho um apego, um amor, uma fé muito grande foi graças ao Miguel”, analisou.
Esperança
A experiência da segunda maternidade trouxe mais sensibilidade à maneira como Maria Clara vê o mundo. Celebrando cada novo progresso do filho, o laço entre os dois fez com que a mãe valorizasse e apreciasse mais cada momento, por mais simples que seja.
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