
Os vereadores de Teresina discutiram a execução da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 durante audiência pública na Câmara Municipal. A proposta, que foi debatida na quarta-feira (14) e define as metas e prioridades da gestão para o próximo ano, foi protocolada em abril.
Entre os destaques do documento está a retomada do Orçamento Popular, com previsão de investimento de R$ 15 milhões. O mecanismo permite que a população escolha as obras prioritárias em seus bairros, como asfaltamento, revitalização de praças e melhoria da iluminação pública.
Em entrevista ao Portal ClubeNews, o secretário executivo de Planejamento Estratégico e Gestão da Prefeitura de Teresina, Daniel Pereira, explicou que o lançamento do programa acontecerá no segundo semestre de 2025.
“A gente já tinha que colocar o valor previsto (de R$ 15 milhões). O prefeito Silvio Mendes entende que tem que reativar o Orçamento Popular. É um programa que a população de Teresina se sente representada, participativa”, disse.
Déficit orçamentário
A previsão da equipe econômica da Prefeitura é que o déficit orçamentário das contas municipais, estimado em R$ 395 milhões para 2025, caia para R$ 107 milhões em 2026. A redução representa 72%, de acordo com o secretário de Finanças, Daniel Pereira.
“Nós herdamos um passivo de dívidas acumuladas e elas a cada ano têm um valor muito alto de juros e amortização. Isso está impactando na receita do Município, porque compromete a capacidade de pagamento e honrar os compromissos”, destacou.
Emendas parlamentares
Cada um dos 29 vereadores de Teresina terá à disposição R$ 3,014 milhões em emendas parlamentares para 2026. Desse montante, 50% deve ser obrigatoriamente destinado à área da Saúde. Durante a audiência, a vereadora Draga Alana (PRD) cobrou a execução efetiva das emendas impositivas previstas no orçamento.
“A gente vê que pelo projeto deles, realmente, dá para reduzir os gastos, mas estamos dando saídas para sairmos desse déficit que Teresina vive. A gente espera que as emendas sejam executadas. Nas gestões do PSDB, era uma tradição não pagar emendas que são obrigatórias”, alfinetou o parlamentar.
Informações
O vereador João Pereira (PT) afirmou que o rombo de R$ 3 bilhões, anunciado pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil), se refere ao ano de 2013. Ele cobrou mais transparência na apresentação dos dados por parte da gestão municipal.
“A gente está tirando várias dúvidas até porque os números não estão batendo em relação ao que eles estão apresentando aqui e o que a nossa assessoria fez de levantamento. A dívida de R$ 3 bilhões bem desde 2013, com empréstimos feitos em outras gestões”, pontuou.