
Pessoas atípicas não precisam estar ao seu redor para que você comece a aprender sobre inclusão. O mundo não deve esperar a chegada do diferente para se tornar mais inclusivo e justo. Inclusão não é resposta ao convívio — é ter as mesmas chances na sociedade, mesmo quando a diferença parece invisível.
A presença de pessoas atípicas não deve ser um motivo para o respeito, mas um alerta do quanto ainda estamos presos a padrões que excluem. Incluir começa quando a gente compreende que é preciso sair da bolha, reconhecer privilégios e decide enxergar o outro sem “padrões” de normalidade.
É preciso desmistificar a ideia de que “somos todos iguais”. Não somos. E não entender de imediato o que é ser neurodivergente, não significa que você não possa aprender ou sentir o mundo de outra maneira. Não se trata de entendimento, mas de consciência.
Vivemos um momento inédito na sociedade: o encontro simultâneo de cinco gerações compartilhando os mesmos espaços — das mais velhas às mais jovens, de quem foi criado no século XX sem wi-fi à geração que verbaliza e expõe tudo no século XXI. Esse cruzamento de tempos, de dados, evidencia vivências e formas de existir a ponto de exigir que a escuta tenha mais-valia e que os preconceitos sejam questionados. Não entender de neurodivergência não é o problema; querer permanecer indiferente sim.
Ainda enfrentamos, infelizmente, a resistência de muitas famílias — em especial de alguns pais — em aceitar o diagnóstico de uma neurodivergência. O medo, o preconceito e a ideia de “normalidade” muitas vezes falam mais alto do que o acolhimento, o querer entender.
É preciso compreender que esse tipo de conduta retarda intervenções fundamentais, compromete a evolução e dificulta a inclusão do ser como um todo. A escola, o trabalho, os espaços coletivos são ambientes atravessados por esse atraso. Reconhecer cedo, buscar ajuda e apoio especializado não fragiliza uma família; pelo contrário, fortalece vínculos e prepara a sociedade para acolher o que não é padrão, mas é profundamente humano.
Inclusão e ação. Já!
Você pode começar agora mesmo com atitudes simples e possíveis:
Leia sobre neurodivergência antes de conviver com alguém atípico. Informação gera respeito e conhecimento.
Respeite o tempo e a forma de comunicação do outro. O óbvio precisa ser dito. Nem todo mundo se expressa igual.
Evite infantilizar e tratar pessoas atípicas com piedade. Elas precisam de respeito.
Siga, consuma materiais que pessoas atípicas compartilham, se interesse por suas vivências. Inclusão também é escuta.
Questione ambientes que sempre deixam alguém de fora. Ajustes simples mudam realidades.
Pratique empatia ativa: convide, pergunte, escolha. Inclusão também se faz no gesto.
Seja inclusivo, ao invés de exclusivo.