
Hoje, dia 25 de maio, é comemorado o Dia do Orgulho Geek, uma data que homenageia fãs da cultura pop em todas as suas formas, incluindo filmes, séries, jogos e livros. Por isso, o Portal ClubeNews foi conhecer a relação de diferentes gerações com o universo das HQs.
Com um pai jornalista, irmãos mais velhos que sempre compartilhavam suas leituras, e uma mãe que lia clássicos infantis na hora de dormir, o advogado João Eudes cresceu em um ambiente com um vasto acervo literário disponível.
Aos 10 anos de idade, após ver uma matéria sobre o icônico quadrinho “A Morte do Superman”, ele começou a colecionar histórias em quadrinhos, frequentemente visitando bancas de jornal para comprar revistinhas com o dinheiro que sobrava do lanche da escola.
Bernardo, o filho de 9 anos de João Eudes, assim como o pai, também é um entusiasta das histórias em quadrinhos. “Ele acabou vendo meu contato diário com revistas em quadrinhos e foi, naturalmente, buscando conhecer”, contou o advogado.
“No começo, ele estava interessado em mangás por contas dos animes que via na TV, mas acabou descobrindo bem mais materiais que lhe despertaram outras emoções. Recentemente, ele leu uma HQ do Chico Bento, uma obra chamada ‘Arvoredo’, e efetivamente se emocionou. Ele acabou descobrindo o quanto HQs podem ser profundas, que ultrapassam aquela mera dicotomia ‘bem e mal'”, completou.
Atuais desafios das HQs
Apesar de bons exemplos, o cenário das histórias em quadrinhos ainda enfrenta alguns desafios. Para o quadrinista Bernardo Aurélio, dono da Quinta Capa, específica de HQs, o público que consome quadrinhos envelheceu e não se atualizou.
“O nosso público-alvo aqui é mais realmente adolescentes e adultos. O público que lê quadrinhos envelheceu bastante. A luta da indústria é justamente renovar o público e tentar trazer mais crianças para a leitura. Hoje é difícil convencer uma criança a ler quadrinho”, revelou.
Ele atribui essa questão ao advento da internet, que tornou outras atividades mais atrativas a crianças, do que a leitura das revistinhas.
“Eu acredito que elas têm essas outras coisas muito mais atraentes, muito mais brilhantes, coloridas, animadas. Você tem o Streaming, que pode assistir desenho animado a qualquer hora. O quadrinho já foi muito mais atrativo na década de 50, quando se vendia muito quadrinho no mundo todo, porque a televisão mesmo não era tão popular”, disse.