Neste domingo (29) é comemorado o Dia de São Pedro, mais um dos santos celebrados nas festas juninas e que foi escolhido por Jesus Cristo para compor o grupo dos 12 apóstolos.

O santo teve grande importância para a construção da história da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo o primeiro Papa, por ordem do próprio Messias.

O nome original era ‘Simão’ e sua profissão era pescador. De acordo com o padre Valdiano Araújo, da Diaconia da Saúde e de Santa Teresa D’Ávila, em Teresina, a mudança deve-se à missão assumida pelo apóstolo.

“Jesus o chamou de ‘Pedro’, que significa pedra, simbolizando sua missão de ser o fundamento da Igreja. Ele era pescador, natural de Betsaida, irmão de André, e deixou tudo para seguir Cristo. Ele era impulsivo, sincero e cheio de fé, mas também humano e falível. Foi o primeiro a reconhecer Jesus como o Messias, mas também O negou três vezes na Paixão”, disse.

Mesmo negando conhecer Jesus três vezes, São Pedro ganhou destaque pela firmeza de suas pregações do Evangelho após o Pentecostes, em que a Bíblia relata que o Espírito Santo desceu sob os apóstolos (At 2-4).

“Jesus também lhe confiou cuidar do rebanho cristão com essas palavras ‘apascenta as minhas ovelhas’. Sua missão era fortalecer os irmãos e guiar a comunidade na fé”, pontuou o padre.

O Guardião das Chuvas

O santo é conhecido popularmente como ser ‘Guardião das Chuvas’, sobretudo no Nordeste brasileiro, o que não tem embasamento bíblico. Segundo o sacerdote, a associação é fruto da religiosidade popular.

“O povo costuma dizer que São Pedro tem a ‘chave do Reino dos Céus’, que está na Bíblia. Por isso, é ele quem abre ou fecha a torneira da chuva. Embora não venha diretamente da chuva, é uma forma simbólica de expressar a confiança na intercessão de São Pedro, especialmente em tempo de seca ou plantio”,

O primeiro Papa

Pedro passou de pescador a sucessor de Cristo para a Igreja Católica. A liderança que exerceu para levar o Cristianismo ao mundo tornou-o uma figura central para a religião, simbolizando a unidade dos fiéis.

“Seu testemunho de fé, sua liderança, seu martírio em Roma marcaram profundamente a história da Igreja. Até hoje o Papa é visto como seu sucessor, mantendo a missão de apascentar o rebanho de Cristo. É importante observar que o Vaticano tem o formato de uma chave, justamente fazendo referência a São Pedro, que tem a chave do Reino dos Céus”, esclareceu o padre Valdiano.

O livro sagrado dos cristão atribui duas cartas ao apóstolo, as quais encorajam os leitores a viverem com esperança unidade e fé. As leituras também alertam sobre os falsos mestres e ensinamentos errados.

Apesar de São Pedro não ser considerado um dos quatro evangelistas da Bíblia, o livro de Marcos foi construído a partir da pregação do primeiro Papa da Igreja Católica.

De acordo com o padre Valdiano, Marcos seria o discípulo e intérprete de São Pedro. “Ele teria registrado por escrito aquilo que Pedro contava sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Por isso, esse Evangelho de Marcos é visto como um reflexo direto da experiência de Pedro com Cristo”, destacou.

Por que o Dia de São Pedro é comemorado dia 29 de junho?

O dia 29 de junho é duplamente especial para os católicos. Isso porque celebra-se não só o Dia de São Pedro, mas também o Dia de São Paulo.

A tradição cristã retrata que os dois teriam sido martirizados em Roma, durante a perseguição do imperador Nero, por volta do ano 64 d.C. Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, por seu desejo.

Segundo o padre Valdiano Araújo, a celebração é uma das mais antigas dentro do calendário cristão e teve início ainda nos primeiros séculos. No Brasil, como a data não é considerado um feriado, a Igreja comemora no domingo seguinte, com a véspera no sábado.

“A Igreja escolheu essa data para honrar o testemunho de fé e o papel fundamental que os dois tiveram na fundação do Cristianismo. Ele representa a unidade da Igreja como o primeiro Papa e Paulo é o anunciador incansável de Deus aos povos. Celebrar os dois juntos é lembrar que a Igreja é construída tanto sob o pastoreio como sob a missão”, analisa o padre.