Parte dos 50 hectares do aterro sanitário de Teresina – localizado no bairro Santo Antônio, na zona Sul da cidade – será cercado e um galpão vai ser transformado em uma escola temporária para filhos de catadores de lixo. As medidas foram anunciadas pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil), na manhã desta sexta-feira (4).

As novas determinações foram apresentadas após a visita in loco dos secretários de Planejamento, Marco Antônio Ayres; Comunicação, Ellyo Teixeira; e o presidente da Eturb, Vicente Moreira, ao local. Um relatório foi elaborado e encaminhado ao prefeito acerca da realidade do aterro.

Em reunião a portas fechadas com os vereadores de Teresina, hoje (4), no Palácio da Cidade, Silvio Mendes tratou sobre o funcionamento do aterro sanitário. O encontro durou cerca de uma hora e aconteceu no gabinete do prefeito.

“Aquela área do aterro sanitário possui 50 hectares de terra pertencentes à Prefeitura. Ali dá 70 campos de futebol. Fica difícil você ter uma área tão extensa como essa. Nós vamos cercar apenas no local onde o caminhão vai levar o lixo coletado atualmente”, disse Silvio Mendes à imprensa após a reunião.

Crianças no lixão

A discussão sobre o aterro foi iniciada após a morte de David Kauan, uma criança de apenas 12 anos. Ele foi atropelado por um trator de esteira enquanto dormia sobre o lixo. O fato levantou debater sobre a facilidade de acesso ao local.

Segundo Silvio Mendes, uma das medidas adotas para evitar a presença de crianças será a transformação de um galpão – anteriormente utilizado para guardar pneus – em um ponto de apoio para mães, que não têm com quem deixar seus filhos.

“Nós vamos colocar o pessoal da educação em atividade como se fosse uma escola aberta de final de semana. Criar atividade com essas crianças para não irem com as mães no local da coleta. Impedir essas mães lá é impossível. Não é a segurança armada que vai impedir”, comentou o prefeito.

Novo destino

Uma nova mudança apresentada pela Prefeitura foi o destino final do lixo coletado na cidade. A intenção do município é encaminhar os resíduos sólidos das casas para outros dois aterros privados. O atual aterro funcionará como ponto de depósito apenas para matérias de capina, varrição e construção civil.

“A Prefeitura não tem como fazer um aterro, porque é um investimento muito grande, e sai muito mais barato você fazer a licitação para prestadores de serviço privados. O aterro sanitário atual, que é da Prefeitura, fica apenas com capina e varrição”, disse Silvio Mendes.

Segurança

A fiscalização do local é feita por cerca de seis agentes de segurança. Segundo o presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel (PDT), disse que o quantitativo de policiais no local deverá chegar a 50.

“O Dr. Silvio anunciou que vai mais que triplicar a segurança em torno do aterro, que atualmente conta com seis seguranças e vai passar a ser mais de 50. Você vai ter um melhor controle de entrada e saída. Essas medidas terão apoio da Câmara Municipal de Teresina”, pontuou Enzo.

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