Moradores do Residencial Liberdade, na zona sul de Teresina, sofrem há 13 anos com a falta de água. Por ser uma área de ocupação, falta entendimento entre o poder público e a empresa de abastecimento de água para regularizar a situação da região.
Na comunidade vivem 300 famílias e para conseguir água os moradores têm que recorrer a uma pequena torneira que fica em um ponto irregular, daí eles conseguem abastecer e fazer as necessidades do cotidiano.
A dona de casa Francisca Galvão tem que madrugar se quiser água, que sai de forma lenta por uma torneira na esquina da sua casa. Ela guarda água para abastecer a família composta de cinco pessoas.
“É muito difícil, eu tenho que economizar o máximo, todos os dias eu tenho que economizar água“, relatou a moradora.
O morador Railson Antônio comentou a burocracia que os moradores têm vivido para conseguir do poder público e da concessionária de água o mínimo que todo ser humano precisa para sobreviver: água.
“A gente conseguiu o apoio da Águas de Teresina, que já veio aqui duas vezes e já fez todo o orçamento. Só que não podem entrar porque a gestão tem que dar uma documentação para a gente, autorizando o fornecimento de água e energia aqui”, disse.
Isnaele tem um filho que usa sonda e por isso o cuidado com a higiene deve ser redobrado, mas a falta de água dificulta todo o processo.
“Meu filho usa sonda. Ele precisa de água para tomar banho e para esvaziar a bexiga dele. Já que ele faz o uso da sonda duas vezes ao dia”, declarou.
Já dona Raimunda tem a saúde fragilizada e precisa da solidariedade dos vizinhos para se conseguir água. A idosa falou da hostilidade que é viver em lugar onde a escassez de água a impede de realizar tarefas básicas do dia a dia.
“Nós precisamos de água para cozinhar, precisamos de água para lavar roupa, precisamos de água para tomar banho. E sem ter água como que fica? Não tem a menor condição de viver em um lugar desse“, desabafou Raimunda.
Em nota, a Prefeitura de Teresina esclareceu que “a região é caracterizada como área irregular, não havendo, portanto, alvará emitido pela prefeitura que autorize moradias no local”.