O borracheiro João Henrique Aguiar Costa, de 23 anos, que foi agredido por policiais militares no último sábado (12), durante uma abordagem em Parnaíba, no litoral do Piauí, desabafou sobre a violência sofrida. Em vídeo, ele afirmou que se sentiu humilhado.

O jovem contou que o caso ocorreu durante seu horário de almoço, quando saiu para fazer uma cobrança de notas em outra empresa. Como o estabelecimento estava fechado, ele aproveitou para passar em um bar e quitar uma dívida pessoal.

Segundo João Henrique, os policiais chegaram em uma viatura e ordenaram que ele retirasse a balaclava — acessório comumente usado por motociclistas para proteger o rosto da luz solar.

Mesmo obedecendo a ordem o borracheiro foi espancado. Imagens de uma câmera de segurança registraram a cena, que só encerrou com a chegada de outros policiais. O jovem foi imobilizado, algemado e detido.

“Assim que eu tirei a balaclava, eles já vieram me agredindo, me batendo, me derrubando no chão, chutes, socos, mata-leão. Todo mundo estava gritando para eles pararem de me bater porque eu era um cidadão. Foi muito humilhante essa situação que eu passei porque eu fui preso, meu pai e minha mãe ficaram chorando na Central de Flagrantes. Foi uma situação muito ruim que eu passei, espero que ninguém passe”, lamentou.

João Henrique ficou detido na Central de Flagrantes por mais de quatro horas. O trabalhador disse que registrou um boletim de ocorrência.

Em nota, a Polícia Militar do Piauí (PM-PI) informou que os agentes de segurança já foram identificados e afastados temporariamente dos serviços externos. A Corregedoria da PM-PI confirmou que está apurando o caso.

Confira a nota na íntegra:

“A Polícia Militar do Piauí informa que tomou conhecimento do caso e identificou os policiais envolvidos em uma abordagem registrada em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais. Os militares foram afastados do serviço externo até a conclusão dos procedimentos administrativos.

Foi instaurado procedimento pela Policia Militar para apurar os fatos, ouvir os envolvidos e reunir provas. Todas as providências legais estão sendo adotadas.

Reforçamos que a PMPI não compactua com desvios de conduta e atua com rigor na apuração de qualquer irregularidade.“