Estudantes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) denunciam graves problemas estruturais na instituição, que impactam diretamente na formação acadêmica. Entre as queixas, estão aparelhos de ar-condicionado quebrados e a quadra de esportes do campus, que virou depósito de entulhos das obras em andamento.
Matheus Pacífico, aluno do curso de Administração, relatou à TV Clube as dificuldades enfrentadas em razão da falta de professores. Segundo ele, a escassez compromete disciplinas básicas do curso.
“Eu curso Administração e, no meu primeiro período, tive apenas dois professores. No segundo, foram apenas três. Ou seja, estou devendo praticamente seis meses de aula. Perdi metade de um ano, o que vai atrasar minha formatura”, lamentou.
Histórico de problemas
A Uespi enfrenta problemas estruturais recorrentes. Em abril de 2022, salas da instituição foram alagadas após uma forte chuva. Em 2023, o campus registrou dois princípios de incêndio. O prédio do curso de Medicina também apresenta danos graves e segue sem previsão de reforma.
Além disso, o salário dos professores está há 12 anos sem reajuste. O especialista em educação pública Robson Carlos afirmou que os docentes solicitaram uma reposição salarial, mas não foram atendidos pelo governo.
“A gente não pediu aumento, pediu reposição. E não recebemos isso nem outras coisas. O governo distribuiu computadores para os professores em dezembro, mas já estamos em julho”, disse o professor.
Ele alertou que a precarização da universidade compromete a qualidade do ensino e prejudica diretamente a formação dos estudantes piauienses.
Posicionamento da Uespi
A diretora do campus Clóvis Moura, Simonelly dos Santos, informou que obras de reparo estão em andamento e reconheceu os transtornos temporários.
“Estamos com a obra da biblioteca, que será inaugurada em setembro de 2025, e dois blocos de salas estão sendo construídos. É claro que quando se realizam reformas de grande porte, isso gera desconforto, porque não existe reforma sem deslocamentos”, afirmou.
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