Julho é conhecido como o mês de conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, o famoso TDAH. E essa é uma boa oportunidade para desmistificar o tema, que ainda gera muitas dúvidas e até julgamentos. Afinal, quantas vezes já ouvimos frases como “essa criança é muito agitada” ou “vive no mundo da lua”? Mas será que é só comportamento ou tem algo a mais por trás?

O TDAH é um transtorno neurobiológico que costuma se manifestar na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. Ele se divide em três tipos: o predominantemente desatento, o predominantemente hiperativo/impulsivo e o tipo combinado. Entre os sinais mais comuns estão a dificuldade de concentração, impulsividade, agitação motora, esquecimentos frequentes e dificuldade em seguir instruções ou manter o foco por muito tempo.

É importante lembrar que nem toda criança agitada ou distraída tem TDAH. O diagnóstico não é feito com base em uma conversa rápida ou em uma lista de comportamentos isolados. É preciso uma avaliação cuidadosa, feita por profissionais especializados, que consideram o histórico da criança, os relatos da escola e da família, além de testes específicos.

A boa notícia é que, com o diagnóstico correto, é possível tratar e melhorar, e muito, a qualidade de vida da criança e da família. O tratamento pode envolver acompanhamento médico, psicoterapia, orientação aos pais e professores, além de, em alguns casos, o uso de medicação. O mais importante é entender que o TDAH não é uma sentença, e sim uma condição que, com os estímulos certos, pode ser bem conduzida.

Então, aproveite o Julho Laranja para olhar com mais atenção e empatia para as crianças à sua volta. Às vezes, o que parece birra ou desatenção é, na verdade, um pedido de ajuda que o cérebro ainda não sabe como expressar. Informação, acolhimento e tratamento fazem toda a diferença.

Por Dr. Ricello Lima – Neuropediatra