
Mayrla Torres e Sthefany Prado/g1
mayrlatorres@tvclube.com.br
Francisco das Chagas Alves Barbosa, pai de Antônio Gledson, jovem acusado de empurrar o amigo, Gustavo Henrique Alves, de um penhasco e agredi-lo com pauladas, se pronunciou pela primeira vez desde o crime, ocorrido em março de 2025, em Assunção do Piauí.
Em um vídeo gravado ao lado da esposa, Juverlene Alves Silva, Francisco apontou supostas chantagens emocionais como motivação para o crime. Gledson foi indiciado por tentativa de homicídio em maio deste ano.
Segundo ele, o filho sofria perseguições psicológicas por parte de Gustavo desde 2017, quando ambos ainda eram adolescentes.
“O Gledson vivia sofrendo muito psicologicamente. O Gustavo chantageava ele por causa de umas conversas que eles trocaram naquela época. Ele dizia que, se o Gledson não tivesse um vínculo amoroso com ele, iria divulgar um print nas redes sociais”, afirmou o pai.
Francisco relatou que, pressionado pelas ameaças, o filho cedeu e eles tiveram uma relação. “Infelizmente, o Gledson acreditou nele. Prometeu que ia deixar ele em paz, mas não foi o que aconteceu. O Gustavo filmou a relação deles e depois usava isso para atrapalhar a vida dele, até com as namoradas”, disse.
O pai afirmou que, pouco antes do crime, Gledson decidiu pedir ajuda. “Ele disse que ia conversar comigo e com o pai do Gustavo porque não estava mais suportando. Foi aí que o Gustavo ameaçou matar ele e depois se matar, caso contasse para alguém”, declarou.
Dias antes do crime, em 22 de março, Gledson havia sido aprovado em uma faculdade e queria se mudar para São Paulo para estudar. Conforme o pai, Gustavo reagiu com novas ameaças. “Disse que se o Gledson fosse para São Paulo, ele ia se suicidar e deixar um bilhete dizendo que o culpado era ele. Também falou que ia divulgar os prints e os vídeos”, relatou Francisco.
O caso aconteceu logo depois. Gustavo caiu de um penhasco e, segundo a investigação, teria sido empurrado e agredido com pauladas. Gledson é o principal suspeito. O caso segue em segredo de Justiça e por este motivo não foi revelado o conteúdo das conversas entre os adolescentes, motivo das ameaças.
Ao ser questionado por Francisco o motivo de não ter contado a situação anteriormente, Gledson teria contado que estava com vergonha. A família, porém, não negou a autoria do crime.
“Chegou um ponto que realmente tomou a atitude, mas antes da pessoa condenar e julgar, tem que saber o que aconteceu. Hoje as pessoas vão entender e se colocar no lugar dele. Nenhum ser humano aguentaria o que ele aguentou em vários anos”, concluiu.
LEIA MAIS: Jovem jogado de penhasco por amigo diz que o considerava como irmão; veja vídeo