Como alternativa ao tarifaço de 50% aplicado pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros, o Governo do Brasil deu início à procura por mercados alternativos. Desde domingo (20), ao menos 77 mil toneladas de frutas aguardam exportação para os Estados Unidos, correndo risco de estragar nos portos brasileiros.

Entretanto, na visão do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a situação pode ajudar a estabilizar os preços no mercado interno do Brasil de forma momentânea, com o aumento da oferta em território nacional. A declaração foi dada em entrevista à imprensa nessa terça-feira (22).

“Neste caso, eu digo que nós vamos ter um equilíbrio. Pode ter alguma influência momentânea, mas nós queremos redução dos preços por competitividade, por uma capacidade de mais produção em uma mesma área, por um financiamento com juros mais baixos. Isso é o ganho que queremos alcançar”, disse.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), cerca de 2,5 mil contêineres estão preparados para exportação, à espera de uma solução diplomática.

“Aos produtores, nós estamos trabalhando na busca de alternativas de mercado. Aos produtores de mel, frutas e vários outros produtos, estamos trabalhando para ver alternativas de mercado. Os produtos do Brasil são produtos que o mundo precisa”, pontuou o ministro.

Wellington Dias não economizou críticas à medida econômica imposta pelo presidente Donald Trump e se referiu ao caso como “ataque especulativo” envolvendo o câmbio de moedas financeiras. O ministro defendeu uma investigação interna provocada pelos países afetados.

“O que o presidente Trump está fazendo não tem nada a ver com medida econômica ou comercial. Na verdade, são ataques especulativos fora de contexto. Na minha opinião, tem que ter uma investigação internacional. Acho que os países atacados devem se proteger nessa direção e claro, mantendo a diplomacia brasileira com o diálogo”, disparou Dias.

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