Os criadores estão vendendo parte dos animais porque não conseguem água, e muitos bichos correm risco de morrer de sede ou de fome provocada pela estiagem.
O município conta atualmente com 14 caminhões-pipa do Exército, por meio da Operação Pipa, e mais cinco da Defesa Civil Estadual, totalizando 19 veículos responsáveis pelo abastecimento de mais de 5 mil habitantes.
Na região, um carro-pipa particular com 8 mil litros de água chega a custar R$ 1.200, o que obriga muitas famílias a escolher entre comprar alimentos ou água para beber.
A dura realidade
Rosileide Braga, secretária de Agricultura de Fartura do Piauí, relatou a frustração com as lavouras de milho, feijão e mandioca, que não se desenvolveram devido à falta de chuva.
“Nós plantamos o milho, o feijão e a mandioca, mas nada vingou. Vamos perder até a safra da mandioca porque a chuva não fez a planta crescer. Estamos vivendo aqui só por um milagre de Deus, tentando comprar alguma coisa para sobreviver”, desabafou.
A secretária também demonstrou preocupação com os criadores da região, que estão sendo obrigados a vender seus animais para minimizar os prejuízos.
“Tem criadores que estão vendendo os animais. Meu pai está vendendo para socorrer os outros, porque não dá para deixar todos morrerem e perder tudo. A situação é crítica”, afirmou.

Segundo ela, a única forma de sobrevivência tem sido a água fornecida pelos carros-pipa, já que das torneiras não sai nenhuma gota. A situação é ainda mais preocupante para famílias que vivem apenas com um salário mínimo.
“Nós estamos sobrevivendo bebendo água dos carros-pipa, porque na torneira não tem. Para quem recebe um salário mínimo, não há condição de viver. Se comprar água, passa fome”, relatou Rosileide.
O que está sendo feito
O coordenador municipal da Defesa Civil de Fartura do Piauí, Nonato Araújo, explicou que há uma preocupação crescente em relação ao abastecimento de água, já que o contrato dos caminhões-pipa está próximo do fim, o que gera insegurança na comunidade.
“O contrato dos caminhões termina no dia 30 de agosto. Também há a preocupação de que os veículos são poucos e limitados a nove cargas por mês, o que inviabiliza atender a demanda de Fartura”, afirmou.
Ele destacou que, além dos caminhões da Defesa Civil enviados pelo Governo do Estado, a própria prefeitura tem atuado de forma paralela no abastecimento.
“Além dos caminhões da Defesa Civil, que são do Estado, a prefeitura também entra com veículos próprios, fora do programa oficial. O prefeito tem mandado os carros-pipa abastecerem os barreiros para garantir água aos animais”, completou Nonato.

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