27 de agosto de 2025

O que muda na prevenção do câncer de colo uterino?

Simone Madeira

Ginecologista
Publicado há 2 horas

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Exame de Papanicolau (Foto: Reprodução)

Você é daquelas que aprendeu a ir ao ginecologista anualmente desde cedo para colher o tal “exame de prevenção”?

Pois as coisas muraram, e para melhor!

É claro que você pode ter muitos diferentes motivos para procurar o seu ginecologista, mas hoje temos regras diferentes para colher o exame de prevenção de câncer de colo de útero (conhecido como citologia ou Papanicolau).

Este câncer, ainda é muito prevalente no Brasil e de alta mortalidade, acometendo mulheres jovens, em idade produtiva, principalmente em populações com pouco acesso ao serviço de saúde.

Sabemos que é um câncer relacionado à presença do vírus HPV, que é condição essencial, embora não suficiente, para o desenvolvimento da doença.

O primeiro pilar de prevenção é a vacinação contra o HPV, extremamente eficiente, que foi incorporada pelo SUS em 2014, e que deve cobrir preferencialmente meninas e meninos de 9 a 14 anos, (atualmente com resgate até 20 anos incompletos) e passível de uso além desta idade até os 45 anos na rede privada.   

Estamos vivendo uma mudança mais recente no segundo pilar de prevenção: O rastreamento do câncer de colo uterino.

A nova diretriz do Ministério da Saúde, e que está de acordo com as recomendações da OMS, prevê para tal, a realização de testes de biologia molecular para detectar a presença do DNA do HPV de alto risco. O teste deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos (que tenham útero e que já tenham iniciado atividade sexual). Se o teste for NEGATIVO, só precisará ser repetido após 5 ANOS. Se o teste for positivo: Calma, a depender o tipo viral encontrado será feita a citologia (no mesmo material já colhido) ou a colposcopia em alguns casos, e haverá orientações quanto à repetição do teste em menor espaço de tempo. Trata-se de um rastreio mais eficiente, focando em quem precisa de atenção e deixando mais livre quem não reque repetições tão frequentes. 

Há anos o poder público no Brasil se debruça sobre estratégias para prevenção deste câncer tão prevalente, mas agora, pode-se ver uma luz no fim do túnel!

A associação da vacinação contra o HPV em idade oportuna, com o rasteio de DNA-HPV de alto risco organizado, inaugura uma nova era na saúde pública para as mulheres.

O rastreio será iniciado em municípios pontuais de 12 Estados (Piauí não está contemplado neste momento inicial), com previsão de cobertura total para todo o Brasil até o final de 2026.

Desejamos que os serviços de saúde se organizem na aplicação das novas práticas, a população compreenda a importância e atenda ao chamado e a sociedade como um todo se organize para finalmente varrer o câncer de colo de útero das estatísticas brasileiras, a exemplo do que já foi feito em países desenvolvidos.

 Chegou a hora de virar a página dessa triste história no nosso país!  

Profª Drª Simone Madeira – Ginecologista e Obstetra
CRM 1812-PI e RQE: 198


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