Imagine que você está tendo um sangramento menstrual muito aumentado, repercutindo na sua qualidade de vida, tendo sido diagnosticada com um problema uterino para o qual foi indicada a histerectomia.

Você se pergunta: existe alternativa à histerectomia?

E a resposta é:  Depende…

No passado, a histerectomia era praticamente a única conduta para a resolução de todos os problemas uterinos. Mas ela também implica no risco de um procedimento cirúrgico de médio porte com suas eventuais complicações.

Com o tempo foram surgindo alternativas para o tratamento seguro e eficaz de pelo menos alguns desses problemas de forma menos invasiva.

Exemplos:

O DIU hormonal de Mirena, cuja duração hoje é de 8 anos, e que mais recentemente tem sido oferecido por planos de saúde e até pelo SUS, mostra-se uma excelente alternativa para e redução significativa do sangramento uterino anormal em alguns casos, quando não se trata de úteros muito volumosos ou com miomas que deformem a cavidade uterina.

A Histeroscopia Cirúrgica, procedimento minimamente invasivo, feito por via vaginal é método de eleição para pólipos endometriais e miomas intracavitários (submucosos), com raras exceções, e com excelentes resultados em casos bem indicados.

A Embolização de Miomas é outra técnica alternativa à histerectomia que tem crescido nos últimos anos. Trata-se de um procedimento vascular que bloqueia o fluxo de sangue para os miomas, fazendo com que eles diminuam de tamanho, aliviando os sintomas de sangramento e dor.

A Miomectomia convencional ou laparoscópica sempre será a primeira escolha quando houver a indicação de tratamento cirúrgico de miomas para mulheres que desejem preservar a fertilidade.  

Tratamento Clínico Medicamentoso: há que se lembrar que alguns casos de sangramento aumentado ou endometriose podem responder muito bem ao tratamento medicamentoso com diversas composições hormonais. Especificamente na endometriose, a histerectomia é hoje um procedimento de exceção, dando-se preferência ao tratamento clínico ou em alguns casos, ao tratamento cirúrgico conservador por via laparoscópica.

Alternativas existem, embora nem sempre sejam cabíveis para todos os casos. A histerectomia pode ser a melhor escolha em muitas situações. As decisões em medicina, são sempre individualizadas, precisam levar em consideração a melhor indicação médica, as condições clínicas e o desejo da paciente e o que é possível ser feito em cada contexto.

Informação é sempre fundamental para que se entenda o leque de opções disponíveis e os riscos e benefícios de cada uma delas para que se possa fazer a melhor escolha.

Profª Drª Simone Madeira – Ginecologista e Obstetra
CRM 1812-PI e RQE: 198